segunda-feira, 30 de junho de 2014

Crítica - Under the Skin - 2013 - Jonathan Glazer

Há certos filmes… Há certos filmes que não deviam ter esse nome.

Há determinados realizadores com objectivos tão diferentes dos seus colegas que merecem estar num panteão diferente: Terrence Malick, Andrei Tarkovsky, Ken Russel… Stanley Kubrick.

Jonathan Glazer, realizador britânico de 49 anos, atinge esse patamar com «Under the Skin».


Não vi nenhum dos seus filmes anteriores («Sexy Beast» e «Birth»), mas após esta «experiência» estou definitivamente tentado em fazê-lo: embora ache que vá precisar de vários meses de preparação emocional.

Antes de começar a escrever sobre a película em si, quero clarificar algumas coisas:

1ª- Eu não percebi tudo, por isso o que eu escrever é pura especulação e condicionado à minha experiência pessoal;

2ª- Aqui não encontrarás a spoilers, apenas pistas;

3ª- Eu só vi «Under the Skin» uma vez e não me sinto minimamente preparado para o fazer novamente.

Scarlett Johansson encarna um ser inteligente, que vagueia pela Escócia à procura de homens: homens de todas as formas e feitios; homens cuja única coisa que têm em comum é a tesão que sentem pela misteriosa morena.

Ela sedu-los e eles entregam-se de corpo e alma. Os homens são tão fáceis… Aliás, a maioria dos homens com quem a vês a falar não são actores: são apenas transeuntes captados em camaras ocultas.

Sim, existem pessoas no mundo que não conhecem a «Viúva Negra», deal with it!

O efeito Scarlett está aqui no seu auge: sensual, mas não do tipo que vemos em «Don Jon». É uma sensualidade… à falta de melhor termo, alienígena. É o tipo de gaja que passaria na rua e só olharias pela maneira esquisita como se comporta/veste: mas quando lhe metes os olhos em cima, já não os queres tirar.


Johansson tem surpreendido pela sua contínua evolução, e aqui «veste uma pele» completamente diferente de todas as outras. A sua personagem está em constante observação, como se tentasse aprender e compreender o que a rodeia: e no entanto esta aprendizagem é quase irreflectida.

O seu olhar é o de quem observa distraidamente uma formiga, e, sem se aperceber, está a decorar-lhe os movimentos e a antecipar para onde vai. E mal dá por si, começa-se a sentir uma formiga…

A fotografia (embora de qualidade inegável, e com alguns pormenores técnicos exímios) é completamente dependente da banda sonora. A alma desta obra é o raio das cordas violentas e aterradoras com que a compositora Mica Levi nos assalta a mente e o coração: não te consegues sentir a salvo com este tipo de música a brindar-te os ouvidos.

O medo entranha-se para não mais sair.


«Under the Skin» tem várias cenas incrivelmente difíceis de não desviar os olhos, ou pelo menos sentirmo-nos em puro desespero. Não é um filme de terror que te tente enojar ou um thriller que te prenda com cenas de ação de alto risco: é sim uma mistura de incompreensão, perigo realista e aquela banda sonora do demónio…

Sentimo-nos, literalmente, a sufocar debaixo de tantos possíveis contornos que esta odisseia pode ter: e no entanto, a sua conclusão deixa-te um sabor tão amargo na boca que rapidamente te apercebes que a lealdade que sentes, tal como as cordas que vais ouvindo, teve uma alteração a princípio subtil, mas depois flagrante.

Tão flagrante que talvez te deixe à beira das lágrimas.


Já anteriormente utilizei a metáfora da quiche: se tivesse que juntar uns quantos ingredientes para que o resultado fosse «Under the Skin» seria «O Corcunda de Notre Dame» da Disney, combinado com «The Devils» de Ken Russel e «2001: A Space Odissey» de Stanley Kubrick.

Ácido, eu sei… Mas nem só de doce a nossa alma se alimenta.

«Under the Skin» não é uma obra convencional: aliás, tal como disse ao principio, há certos filmes que não deviam ter esse nome. Este é um deles.

Talvez esta não seja a experiência que estás à procura: é cheia de metáforas visuais, um estilo de suspense doentio, com pouco diálogo e nenhuma acção.

No entanto, se estás à procura de uma obra de arte que te faça pensar no porquê de aqui estarmos e sermos o que somos, «Under the Skin» pode ser exactamente aquilo pelo que esperavas.

Pelo arrojo na realização, pela performance enigmática de Johansson, pela banda sonora que (certamente) se tornará lendária e um conteúdo completamente diferente de tudo o que podes encontrar nos cinemas hoje em dia…

Sabem que mais? Recuso-me a criar um status quo nas minhas críticas.

A partir de hoje, todas as películas cujo objectivo seja criar uma obra de arte contemplativa, que quebrem os modelos convencionais e que façam cada espectador sentir que aquela experiência foi só e apenas sua, seja em que altura da sua vida a observar, terá a mesma avaliação que este filme.


Ou seja, Simon Says that this movie is…


segunda-feira, 23 de junho de 2014

Rúbricas

O título é auto-explicativo, não?



Os Sapatos Vermelhos

Sociedade

Coletânea de artigos random que me apeteceu escrever.


Seres Humanos

As Gajas e os Gajos: Auto de Pouca-Fé
É Natal e lembrei-me de viver.


Arte

Critica de Teatro - Nu Palco



Outros amores

Wrestlemania: Antes, Depois, Para Sempre
Viagens de Finalistas: Rebel Village 2013

Criticas a Séries

Índice da coletânea de criticas a séries que o vosso querido Buraco cá enfiou.

Dexter


Game of Thrones


Season 4 - Critica


True Detective



Utopia

Criticas a Filmezitos

Índice da coletânea de criticas filmográficas que o vosso querido Buraco cá enfiou.


COMPRIDAS

A

Alice in Wonderland (2010)
Arena (2009)
The Avengers (2012)

C

Capitão Falcão (2015)
The Chronicles of Narnia: The Lion, the Witch and the Wardrobe (2005)

D

The Dark Knight (2008)
Don Jon (2013)

E

Elysium (2013)

F

The Family/Malavita (2013)
Flight (2012)
Frozen (2013)
Furious 7 (2015)

G

Gravity (2013) - Versão Longa

I

Interstellar (2014)

K

The King of Comedy (1983)

L

The Lord of the Rings: The Fellowship of the Ring  (2001)
The Lord of the Rings: The Two Towers (2002)
The Lord of the Rings: The Return of the King (2003)


M

Mad Max: Fury Road (2015)

P

Phone Booth (2002)
Pirates of the Caribbean: The Curse of the Black Pearl (2003)
The Place Beyond the Pines (2013)
Prisoners (2013)

S

Star Wars: Episode I - The Phantom Menace (1999)
Star Wars: Episode II - The Attack of the Clones (2002)
Star Wars: Episode III - The Revenge of the Sith (2005)
Star Wars: Episode IV - A New Hope (1977)
Star Wars: Episode V - The Empire Strikes Back (1980)

Star Wars: Episode VI - Return of the Jedi (1983)

U

Under the Skin (2013)

X

X-Men: Days of Future Past (2014)

W

Whiplash (2014)
The Wolverine (2013)


RELATIVAMENTE MENORES

#

12 Years a Slave (2013)
300 (2007)
300: Rise of an Empire (2014)

A

A Clockwork Orange (1971)
Almost Famous (2000)
American Hustle (2013)
American Psycho (2000)
American Sniper (2014)
Austin Powers - The Spy Who Shagged Me (1999)

B

Birdman or (The Unexpected Virtue of Ignorance) (2014)
Black Swan (2010)
Boyhood (2014)
Bronson (2008)


C

Captain Phillips (2013)

D

Dallas Buyers Club (2013)
Deadpool (2016)
Django Unchained (2012)

The Doors (1991)

E

Epic Movie (2007)

F

Filth (2013)
Following (1998)

G

Gravity (2013) - Versão Curta
Godzilla (2014)
The Grand Budapest Hotel (2014)
Guardians of the Galaxy (2014)

H

Her (2013)
Hercules (2014)
The Hunger Games: Catching Fire (2013)

I

The Imitation Game (2014)

L

La vie d'Adèle (2013)
The Lord of the Rings Trilogy
Lucy (2014)

M

Maleficient (2014)
Metallica: Through the Never (2013)

N

Nebraska (2013)
Noah (2014)
Nymphomaniac Vol.1 (2013)
Nymphomaniac Vol.2 (2013)


O

Only Lovers Left Alive (2013)

P

Philomena (2013)

R

The Revenant (2016)

S

The Searchers  (1956)
Sin City: A Dame to Kill For (2014)
Sound City (2013)

T

The Theory of Everything (2014)

W


The Wolf of Wall Street (2013)

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Game of Thrones 4ª Temporada - Critica - Episódio 10 «The Children»

Para além de um Buraco, embaixo terás spoilers.

Quem diria…

Quem diria que no último episódio desta temporada as duas narrativas que menos me interessavam se uniriam para conquistar um lugar no pódio?

Quem diria que depois de um final de temporada tão glorioso, a rainha teria de se submeter ao poder da sua própria consciência?

Quem diria que aquela rapariguinha insolente se tornou naquilo que os seus irmãos deveriam ter sido?

Quem diria até que o Yellow King de «True Detective» morava afinal a Norte da Muralha?

E quem diria… Quem diria que o homem mais poderoso do continente morreria a cagar?



Dediquei demasiado do meu tempo a escrever sobre o Snow na semana passada, por isso vou-me abster de comentários. A chegada de Stannis e do seu exército de mercenários foi uma surpresa agradável. 

Num momento reminiscente de «O Regresso do Rei», a cavalaria avacalhou brutalmente em segundos o triplo dos homens que morreram no episódio passado.

É estúpido, mas necessário para estabelecer o poder que «rei» detém. A minha questão em relação a isto é simples: porque não atacar directamente King’s Landing? Está-se a armar em Khaleesi e quer libertar toda a gente?! É que se for para isso retiro já o meu apoio!

E quanto ao que se pode esperar da aliança entre o bastardo dos Stark e o herdeiro dos Baratheon? Não sei: mas pode-se esperar que a gaja vermelha salte para cima do mastro do Snow à primeira oportunidade. Nunca me enganaste!

Admito que fiquei com água na boca e quero mais… Onde quer que haja um exército, com vontade de destruir tudo à sua passagem é um bom sitio para concentrar as atenções.



E costumava dizer o mesmo em relação a dragões: mas isso foi antes.

Se Dany a temporada passada fez as melhores decisões de sempre e se viu reconhecida enquanto «mãe» de um povo, esta temporada foi exactamente o oposto. Foi fria apenas quando o contrário a beneficiava (não perdoar a Jorah); foi sentimental, apenas quando lhe era exigido algo do «exterior» (soltar os crucificados).

E hoje descobrimos que tem tudo sido em vão. Existirá sempre um novo problema para resolver, uma nova situação que só a rainha tem o poder para restaurar: e no final de contas, quem perde é ela própria e mais ninguém.

A este ritmo aposto que f*der o Nahaaris lhe deu sífilis ou algo do género.

Género esqueletos e bolas de fogo…

Não devo ter sido o único que achou estranha a secção do episódio dedicada apenas a Brandon Stark… Não é que não tenha gostado: aliás, fantasia e todos os seus envolventes sempre foram uma das minhas perdições. Mas esta transição de um ambiente familiar e de maquinações politicas para uma arena em que putos feiticeiros combatem esqueletos armados foi demasiado brusca. Está bem que temos tido dragões já há algum tempo e que ainda a semana passada gigantes e mamutes destruíram o portão da Muralha…

Só que os dragões até já fazem parte da família: surgiram numa situação mística e tivemos tempo para nos habituarmos a ideia da sua existência. Os gigantes e mamutes surgiram num episódio à parte, singularmente isolados: não foi difícil entranhá-los. A cena deste último episódio surgiu no meio de um enorme imbróglio entre várias famílias, daí parecer tão deslocada.

O puto da Nanny McPhee morreu: mas alguém se importa realmente? O Brandon chegou a Carcosa e falou com… Deus? God…



Tyrion não morreu. Alguém já te tinha dito isto, ou estou enganado?

O que ninguém te disse foi o facto de ao escapar ele acabar com a p*ta e o papá. Grande trabalho do realizador Alexander Graves ao pôr-nos na pele do Anão: matar estas pessoas não é um triunfo para ele, mas sim o cortar de um cordão umbilical com um mundo onde o odeiam. E como em qualquer corte de cordões umbilicais o efeito provocado é apenas choque.

Como se não ali estivesses realmente. Varys leva-o num barco para sabe-se lá onde: eu aposto na terra de Oberyn Martell… Mas nesta altura quem sabe?

Tyrion já não é um Lannister. Não tem ouro, nem influência, nem poderosos amigos… Não terá sido a melhor coisa que alguma vez lhe aconteceu?


Arya…

Arya está no mar. Vai para Braavos.

Brienne e o Cão de Caça são o que são: guerreiros. Não há espaço para debater uma solução: no caso «quem fica com a Arya» ambos escolheram julgamento por combate. Brienne ganhou. Mas ultimamente os julgamentos ficam sempre com a sentença por executar: e Arya não é o prémio de ninguém.

Numa das cenas que mais me marcou na série inteira, Sandor Clegane provoca e suplica a Arya por uma morte rápida. E esta afasta-se do seu companheiro de viagem, deixando-o sozinho no meio dos montes, com um osso a romper-lhe a perna, sem uma orelha e a cara esmagada. Indescritivelmente fenomenal, a atriz Maisie Williams conta a história inteira com os olhos: frios, indiferentes e conhecedores de causa.


1, 2, 3 e 4.

Quatro Starks em pleno poder. Arya, Brandon, Sansa e Jon. Quem diria que uma temporada depois do Red Wedding os Starks estariam em bem melhor forma que os Lannister?

Quem diria… Os poderosos caem e os fracos emergem num futuro desconhecido. Um futuro agridoce: tal como o ano de espera que ainda nos resta.


Valar Morghulis.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Game of Thrones 4ª Temporada - Critica - Episódio 9 «The Watchers on the Wall»

Para além de um Buraco, embaixo terás spoilers.

É perfeitamente normal sentirmo-nos estúpidos: pode ser quando deixamos cair comida para cima do colo durante uma refeição ou até quando espirramos uma grande quantidade de muco esverdeado no preciso momento em que uma paixão platónica passa à nossa frente.

Ou então quando assistimos a este episódio de Game of Thrones.


O episódio foi mau? Longe disso!

Os efeitos especiais foram terríveis? Nem por isso!

As cenas de acção foram pouco credíveis? Pouco?! Por vezes até foram demasiado credíveis!

No entanto, tendo em conta o timing da série, sendo este o episódio que seguiu um dos momentos mais chocantes da história da televisão E AINDA O PROLONGAMENTO DE UM DOS CLIFFHANGERS MAIS EXCRUCIANTES DE QUE HÁ MEMÓRIA, isto não passou de (mariquices à parte) um trolling completo.

Mas para já o bom.

John Bradley, que desempenha o papel de Samwell Tarly, melhorou neste episódio. Não sei se foram as indicações do realizador ou se ele próprio conseguiu aquele nível extra de preparação. Talvez até tenha sido apenas o argumento que o ajudou: mas factualmente, ele foi um dos highlights deste episódio.


O realizador, Neil Marshall, é bastante competente no trabalho em cenas de acção deste tipo: já o tinha demonstrado no filme Centurion e volta aqui a mostrá-lo com graça, inovação e impetuosidade.

Mamutes e gigantes. Deixem que vos diga meus caros: nunca esperei que fossem tão convincentes! Pouco ou nada tenho a acrescentar neste parâmetro, fiquei sinceramente satisfeito com tudo o que envolveu estas bestas e mal posso esperar por vê-los novamente.

Tudo isto foi majestosamente tratado, deliberado e concebido… Tudo em prol de um episódio tão repleto de acção que escorraça completamente o rótulo de “série de televisão”. O calibre do que nos foi apresentado pode ser, facilmente, comparado a qualquer filme de guerra e, muito provavelmente, suplantá-lo-á!

Só que onde existe o bem, existe merda. E por merda quero dizer Kit Haringot.


Tenho vindo a confirmá-lo uma e outra vez durante toda a temporada, porque embora a personagem tenha mudado (Snow está obviamente mais duro, confiante e frio) eu não vejo uma pinga do carisma ou do talento necessário para o representar no actor inglês.

Provavelmente vou ter muitos haters com esta opinião, mas, para mim, este gajo é simplesmente o ponto mais fraco de toda a série. A realização é sempre competente, a história é fenomenal, os diálogos elevam até o actor menos talentoso… E no entanto este pedaço de bosta mantém a mesma cara e postura desde a primeira vez que meti os olhos nele.

Desculpem ladies: posso não ser fã do vosso menino bonito, mas até gostava da rapariga que fazia de Ygritte. Ela sim foi uma decisão de casting acertada, mostrando uma panóplia de emoções que iam desde a raiva pura, à incompreensão, paixão, provocação e solidão. Era, sem dúvida, a única coisa que ainda me fazia «aceitar» que o Snow existisse.


No more.

Este gajo é OFICIALMENTE a personagem que eu mais detesto na série. Porquê? Porque a menos que mudem de actor (o que não vai acontecer porque ele até já se está a tornar numa estrela de filmes estúpidos, vai ver o Pompeii) vamos continuar a ser bombardeados com a sua presença.

0 carisma, 0 credibilidade e 0 colh*es.

 Ele não vai morrer: ele e a Dany são as únicas personagens intocáveis desta série, estou certo.

E dito isto acabo agradecendo por o meu pedido da semana passada ter sido ouvido e realizado: o Tyrion não morreu. Ainda.

Se o cliffhanger se mantém para a próxima temporada rapo o cabelo.


Valar Morghulis.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Crítica - X-Men: Days of Future Past - 2014 - Bryan Singer

Há quem goste de apontar o dedo a tudo quanto é blockbuster, dissecando clichés e rejeitando o que de melhor estas massivas produções de Hollywood trazem. Mas também há quem goste de cinema…

X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido é um filme que ambos os lados desta “guerra” devem… Não: X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido é um filme que ambos os lados desta “guerra” têm de ver.

Guerra: o filme abre com imagens de um futuro sombrio e distópico, onde o holocausto renasceu. 

Tendo a comunidade mutante como alvo, os Sentinelas (grandes e virtualmente invencíveis robôs) patrulham o planeta em busca dos últimos resistentes. Entre estes estão Wolverine (Hugh Jackman), o Professor Charles Xavier (Patrick Stewart), Magneto (Ian McKellen), entre outros. O único meio de garantir a sobrevivência de todos é o envio de Wolverine ao passado, numa tentativa de reunir Xavier e Magneto sob o mesmo propósito: reescrever a História.

Marcando o regresso do realizador Bryan Singer à franchise que iniciou em 2000, assim como o dos atores Michael Fassbender e James McAvoy, que se estrearam em X-Men: O Inicio, enquanto versões mais jovens dos dois veteranos britânicos, este é um filme em tudo superior às anteriores entradas na saga dos mutantes.

E porquê? Principalmente porque combina o drama e desenvolvimento inteligente presente nos títulos originais, realizados por Singer, com o humor e intensidade presentes em O Inicio, do realizador Matthew Vaughn. E tudo com muita classe e panache…


O resto da critica pode ser lida aqui. Mas que fique desde já esclarecido que Simon Says that this movie is...



Game of Thrones 4ª Temporada - Critica - Episódio 8 «The Mountain and the Viper»

Para além de um buraco, embaixo… Sabem que mais?! Que se f*da!

Eu estava preparado: aliás se têm lido as minhas críticas semanais sabem perfeitamente que estava à espera do que aconteceu. Mas raios parta, esta foi a morte mais hardcore que alguma vez vi numa série.

Nem em Spartacus, onde as mortes eram bastante gráficas, chegou a haver algo tão nojento. E pior que nojento: aconteceu a uma das melhores e mais acarinhadas personagens na série. Eu, em particular, passei a temporada inteira a fazer toda a espécie de elogios ao actor Pedro Pascal por esta sua interpretação... Por muito rápida que tenha sido a participação, foi o suficiente para deixar marca: quer com a sua chegada, quer com a sua partida. Não serás esquecido meu caro…

«When it comes to war I fight for Dorne, when it comes to love... I don't choose sides.»


Porra George Martin: é bom que a compensação por isto venha celeremente senão terás muito pelo que responder durante os meses que anteciparão a próxima temporada.

O Oberyn armou-se em Inigo Montoya durante uma luta inesquecível e acabou com o crânio desfeito em merda. (para quem não conhece o Montoya fica aqui um vídeozinho de referência)


Como consequência Tyrion está sentenciado à morte.

O meu feeling mudou em relação a ele: não deixariam a execução para outro episódio se ele fosse simplesmente morrer. Dar um cliffhanger de uma semana em relação à eminente morte da personagem favorita da maioria do público cria um suspense desmesurado: e sejamos sinceros, «Game of Thrones» não é uma série conhecida por nos dar uma semaninha para nos prepararmos para mortes, mas sim executando-as impiedosa e inesperadamente.

Veremos se contínuo correcto ou não…

Por outras bandas, o Jorah foi exilado pela Dany… Pobre homem: este era um momento que, embora previsível, teve uma carga emocional incrível. Os dois actores estiveram maravilhosos, fazendo-me esquecer que estava a ver uma série: para mim este evento equivaleu a ver um par de longa data, de quem sou amigo, a acabar a sua relação à minha frente.

E mais uma vez a Dany mostrou elevados níveis de danos cerebrais… Parece que o Naharis é mesmo bom naquilo que faz.


Por tanto, os Selvagens estão quase a ir destruir o Snow e companhia limitada. Cada um chora para o seu canto, mas quem se safa sempre é a vítima de incesto mais o seu bebé Sam que tem mais vidas que os meus gatos todos juntos.

Feitas as contas, isso faria do puto quase imortal.

E por falar em imortal: a Arya e o Cão chegam finalmente ao território dos Arryn, onde a sua titia a acolheria de boa vontade. «Boas» notícias: a tia faleceu. Enquanto Clegane fica visivelmente chateado, a miúda Stark tem esta reacção.


Eu nem sei se ela se ri por causa da má sorte de Clegane ou porque alguém lá em cima da montanha está a fazer caretas: na minha opinião, ela está-se a rir porque o destino está a ser estupidamente ridículo com ela.

Aliás, se o público não estivesse comovido pelo facto de que cada vez que ela se aproxima de alguém da própria família, essa pessoa morre horripilantemente, também se riria. Aposto que o próprio Martin se estava a rir quando viu esta cena.

Ah! Rir: FINALMENTE Sansa atingiu a puberdade e se tornou mulher. Contando a verdade de forma ardilosa para proteger Littlefinger, conseguiu deixá-lo embasbacado e a mim também.

Ela sabe o que ele quer e todos nós sabemos: possuí-la violentamente.

A menina «Sonsa» sai de cena a parecer uma Tyrell, mas parece-me que o bluff dela vai ser desmascarado em breve: porque afinal de contas, não deixa de ser a mesma menina estúpida de à 2 ou 3 episódios atrás assim do nada.

Para finalizar, o meu doce e maravilhoso amigo Ramsay deixou de ser Snow. Ainda bem, porque assim esse nome fica reservado a panascas. É delicioso ver um plano maléfico a tomar forma, e os Bolton são hoje a minha segunda família favorita: se bem que preciso de ver o resto em acção para confirmar o ranking.


Reek e Ramsay são um deleite de entretenimento, e não consigo deixar de esboçar um sorriso cada vez que trocam palavras: a representação da síndrome de Estocolmo nunca foi tão bem executada como nesta série.

Valar Morghulis/All men must die/Todos os homens têm de morrer.

Tenho acabado todas as críticas com esta frase: mas hoje não. Hoje não vou fazê-lo. Hoje decido-me apenas ficar por um pedido: o primeiro e último que vou fazer em relação a esta série.


Tyrion Lannister: não te atrevas a morrer para a semana.