O público encheu a casa, e foi presenteado com magnificas interpretações e GRANDES ideias, na 2ª noite do Festival de Curtas de Teatro do Algarve. No entanto, Nu Palco e o seu “habitante” tiveram um lugar de destaque.
Eloquente sem soar presunçoso, jovial sem parecer inexperiente e com um à vontade de quem apenas se pode estar a sentir em casa, Miguel Ponte escreveu, encenou e interpretou esta pequena rábula sobre… Existem várias palavras que permitirão concluir esta última frase, no entanto a mais pertinente talvez seja “destino”.
“Destino”, nas várias acepções da palavra, permite uma avaliação mais cómoda desta peça. Permite destacar a jornada deste jovem a(u)tor, que, ao fim ao cabo, é apenas um ser humano como os que tem “na sua cabeça”.
Acabando com a “mítica” 4ª parede, o a(u)tor revelou a capacidade de tornar o banal em extraordinário e de fazer o público perceber o porquê de estar ali. Com um humor inteligente, nostalgia em doses saudáveis e metáforas apropriadamente fáceis de compreender, esta incursão sobre a mente de um amante do teatro é igualmente gratificante e instrutiva.
Omitir é feio, e tenho de confessar o pensamento que me ocorreu durante a peça: um Miguel Ponte já idoso, a mesma indumentária ao estilo Avô Cantigas, um currículo recheado de sucessos e um espectáculo de Nu Palco carregado de novas memórias.
Catártico? Sem dúvida. E “o resto é silêncio…”.
Excepto se alguém tossir.
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