O trabalho faz-nos
esquecer quem somos. Tendo o único propósito de continuarmos em frente,
esquecemo-nos de olhar para o lado. E ao lado pode estar o melhor da nossa vida…
É Natal, e passei a
quadra com a minha família. Gosto do espirito que transpira pelos poros de cada
um: nem é tanto pelas prendas, o meu tempo já passou. É mais pelo sentimento
que fica depois de tudo estar arrumado e descansado.
E sabem o que fiz durante
o jantar? Acabava trabalhos. Lia apontamentos. Escrevia mais e mais… Sempre foi
esse o meu propósito: trabalhar mais, ser mais e melhor. E um nó começou a
formar-se nas minhas costas. Doía, mas o importante é continuar: senão somos
ultrapassados.
Se ainda não te deste
conta, eu amo cinema. Sou capaz de barbaridades por uma boa história, um
momento inesquecível ou flagrantes pensamentos que me perturbem para sempre.
Mas com a universidade e tantas outras montanhas para escalar em prol dessas
mesmas histórias, esqueço-me de mim.
Esqueço-me de viver e
procurar essas histórias.
Porque a escola dá-te um
papel carimbado mas não a vida pela qual estudaste. Não te dá aspirações ou
soluções. Não te dá sonhos. Esses têm que ser procurados por ti. A escola faz-te as perguntas e a paixão dá-te as respostas.
Filmes como «Frank» e
«Boyhood», que devido ao trabalho neguei durante meses e meses, relembram-me a
razão de sonhar e imaginar. Lembram-me o porquê de estar neste planeta, de
estar vivo e continuar a acordar todas as manhãs com um objectivo.
Pode não estar
escarrapachado preto no branco, pode não ser a coisa mais simples do mundo: mas
pelo menos confirma-me que ainda existo. Tantos sacrifícios… Tanto jogado fora
em prol de um tudo tão incerto.
Se estás a ler isto quero
que saibas que eu estou aqui. Quero que saibas que não desisti de ti. Quero que
que saibas que ainda existe alguém a lutar a teu lado: pelos teus sonhos e
pelas tuas ninharias. Por tudo aquilo que mais ninguém acha importante, mas que
a pouco e pouco constrói o teu castelo.
Porque não interessa se
és um músico excêntrico e maníaco ou tiveste uma vida absolutamente normal: tu
és especial. E tens tudo para fazer a tua vida resultar.
E porquê? Porque eu te amo.
Eu amo-vos a todos.
Sem comentários:
Enviar um comentário