No salto do Mister Wordpress para a Senhora Blogspot,
perderam-se algumas das brincadeirinhas já feitas neste Buraco. Uma delas foi o
Top de filmes que vi em 2013.
Ora, eu não sou requintado nem vou ao cinema todas as
semanas, por isso o meu Top é cor de rosa e inclui, LITERALMENTE, todos os
filmes que vi de 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2013. Para divulgar alguns
dos filmes que vi e não tive tempo/bolas/cérebro/hálito/massa suficiente para
criticar, aparece esta rúbrica bué original que só se faz uma vez por ano.
Quatro à partes:
1 - para os melhores filmes que saíram em 2014 terão
que consultar o Espalha Factos;
2 - para os melhores filmes que vi em 2014 terão de
esperar mais um bocadinho. Essa vai doer fazer…
3 - esta lista é feita com base no feeling "gostei mais de ver este do que este";
4- não julguem a parvoíce de algumas coisas que escrevi neste artigo: afinal de contas era um blogger inocente com menos de 2 meses a escrever. Agora sou muito mais formal e pomposo. (#sóquenão)
E sem mais demoras aqui fica O TOP DE FILMES C’U BURACO VIU
EM 2013!
Menções Honrosas
Immortal Beloved – Música/Mistério
My Own Private Idaho – Drama/Road Movie
PI – Thriller
Rush – Desporto
Blue Velvet – Thriller
Before Midnight – Romance
Last Days – Música/Drama
Life of Pi – Aventura/Drama
Holy Motors – WTF?!
Carlito’s Way – Crime/Drama
Death Proof –
Thriller/Comédia Negra
The Dreamers –
Romance/Teen Drama
We Need to Talk
About Kevin – Drama/Thriller
Silver Linings Playbook – Comédia Româmtica
The Sting – Comédia/Crime
Batoru Rowaiaru- Acção/Comédia Negra
CM Punk: Best in the World – Documentário/Desporto
#20
Only God Forgives - 2013 - Nicolas Winding Refn
Grande
parte do público despreza este filme pela sua lentidão, falta de diálogos e
violência. Eu sou fã de violência em filmes quando esta é justificada: e neste
filme, os silêncios entre os diálogos serviam-me para «juntar os pontinhos» do
puzzle. A cinematografia (como em qualquer filme de Refn) é fantástica. Kristin
Scott Thomas é genial, assim como as cenas e tortura. Se bocejei durante o
filme? Claro. Se me diverti e não o consegui tirar do sistema? You’re goddamn
right!
#19
Seven Psychopaths - 2012 - Martin McDonagh
Rir
faz tão bem ao sistema. Faz as impurezas saírem todas! Para evitar dizer os
nomes de todos os intervenientes, sou obrigado a afirmar que nenhum deles podia
ser melhor do que foi. Rockwell é uma ESTRELA! O argumento e realização de
Martin McDonagh, de tão ridículo chega a ser genial, deixando ciúmes a qualquer
badboy da 7ª arte: Quentin Tarantino incluído!
#18
The
Perks of Being a Wallflower - 2012 - Stephen Chbosky
Gentji,
a Hermione cresceu : lidem com isso. Para além de uma maravilhosa banda
sonora, uma boa história de incompreensão e consequente afirmação, temos
reunidos neste filme dois dos melhores atores da nova geração: Emma Watson e
Ezra Miller. Ambos ambiciosamente diferentes nas suas abordagens, relegam Logan
Lerman a um papel quase de brinquedo. Quem se lembrar das dificuldades de ser
adolescente irá, sem dúvida, sentir a ligação com estas personagens.
#17
Perfect Blue - 1997 - Satoshi Kon
Provavelmente
o mais intenso filme de animação que já vi. Por mais de uma vez desviei o
olhar, repensando o que raio estaria a ver. É uma experiencia única,
proporcionada pelo grande realizador Satoshi Kon: um olhar adulto e agressivo
para o mundo do espetáculo, mas também para a psique feminina. Darren Aronofsky
concebeu muitos das suas ideias para «Black Swan» com base neste filme icónico.
#16
True Romance -1993 - Tony Scott
Tal
como a maior parte dos fãs deste filme, pergunto-me porque é que não há mais
Gary Oldman. Divertido, cheio do típico charme à Tarantino e uma realização
animada pela parte do agora falecido Tony Scott, fazem desta uma experiência
bastante repetível. Há violência exagerada, bastantes palavrões, mamas gordas,
drogas e pêgas: aliás, a protagonista é uma pêga! O filme é irrealisticamente
divertido, tornando-se num conto de fadas «a lá Hollywood». E toda a gente
gosta de contos de fadas, não é?
#15
Empire of the Sun - 1987 - Steven Spielberg
Por
muitos anos que passem, Christian Bale será sempre um dos meus atores
favoritos. Vê-lo com 12 anos a dar os seus primeiros passos na longa jornada
para se tornar num dos melhores atores da sua geração foi um privilégio
gratificante. Spielberg realiza eficaz e saudosamente este filme, de forma a
exaltar ainda mais os horrores e privações da guerra. Mas é Bale, através da
sua magnifica performance, que torna este filme numa aventura intemporal.
#14
Monty Python’s: The Meaning of Life - 1983 - Terry Gilliam
Mais
tarde ou mais cedo ir-me-ei dedicar à contemplação da obra completa destes
lendários cavalheiros. A maneira como avacalham com problemas sérios do
dia-a-dia é fenomenal. «The Meaning of Life» é brutalmente honesto, original e
indescritivelmente hilariante. Queres ser um comediante ou simplesmente estar
entretido com uma quantidade exorbitante de badalhoquices? Aconselho-te a
começar por aqui.
#13
Prisoners - 2013 - Dennis Villeneuve
Um
dos meus Youtubers favoritos, Chris Stuckmann, escolheu este como seu filme
favorito de 2013. Embora não tenha gostado tanto como ele, este é, sem dúvida,
um dos filmes mais emocionalmente cativantes que já vi. É um mistério cheio
reviravoltas improváveis, orquestradas por um realizador muito promissor. Jackman
e Gyllenhaal são ambos fenomenais, ainda que, provavelmente, venham a ser
ignorados na corrida aos Oscares (adivinhei o futuro). Complexo, forte e
visceral, acaba por recompensar todos os que têm a coragem de o experienciar.
#12
Dog Day Afternoon - 1975 - Sidney Lumet
O
filme podia até ser descrito como uma comédia: mas são os momentos de tensão,
em que Al Pacino (espetacular) improvisa situações cada vez mais
inacreditáveis, que te prendem ao ecrã.
Os diálogos são estimulantes a vários níveis, os resultados imprevisíveis
e a verdade… A verdade é que isto aconteceu mesmo. Um assalto + dois italianos
parvos + vários reféns + policias + um transexual = 2 horas muito bem passadas.
#11
Wreck it Ralph - 2012 - Rich Moore
Estava
ainda no inicio do filme e já pensava: «Raios parta! Isto é que é Disney à
antiga!» E o sentimento manteve-se mesmo depois dos créditos rolarem.
Extremamente divertido, colorido e habitado por personagens com as quais te
poderás identificar, «Wreck it Ralph» é a melhor animação que vi em 2013. Está
repleto de inside jokes que só aficionados de videojogos irão perceber. E
descansa se nunca jogas-te Sonic ou Pacman (a sério?!), porque ainda assim este
filme tornar-se-á numa deliciosa experiência que te fará sonhar com os tempos
em que cassetes continham todos os teus sonhos.
#10
The Deer Hunter - 1978 - Michael Cimino
Podem
trucidar-me à vontade por só o ter visto agora: mas está visto e adorei. A
tensão estava a um nível insuportável durante as cenas de roleta russa. Creio
sinceramente que por estudar exaustivamente este filme alguém poderia tornar-se
num realizador bastante competente. DeNiro e Walken estão no seu apogeu
enquanto atores, e, embora o filme seja enorme, o realizador, Michael Cimino,
consegue manter o nível de interesse e mal-estar perpétuo. Vai aguçando os
sentidos, tornando-se viciante… Tal como a guerra.
#9
Gandhi - 1982 - Richard Attenborough
A
força com que este meteorito de sentimentos te atinge é enorme. O realizador
Richard Attenborough, também conhecido por «dono do Jurassic Park», conduz uma
odisseia pela India. Esquece «Slumdog Millionaire»: este é o filme que mostra o
crescimento espiritual (e literal) de uma nação sem identidade própria. Por uma
vez, a Academia acertou, tendo «Gandhi» arrecadado todos os principais prémios
para os quis estava nomeado. Esta é a história de um homem que «gerações vindouras
terão dificuldade em acreditar que realmente existiu.» Eu acredito.
#8
Hamlet - 1996 - Kenneth Branagh
Somente
Kenneth Branagh para conseguir povoar o ecrã com uma versão visualmente
estonteante, sem nunca esmorecer a classe e fluidez, da lendária obra de
William Shakespeare. O elenco é de sonho, as interpretações formidáveis e o
trabalho de camara, embora claramente preso às raízes teatrais do enredo,
desenvolve-se de maneira tão acessível e inventiva que pouco importam as «4
paredes». Assustando, comovendo e mitificando cada cena, esta é, talvez, a
melhor adaptação cinemática, não só do autor inglês, como de qualquer peça de
teatro.
#7
Cinema Paradiso - 1988 - Giuseppe Tornatore
Não
creio que o realizador Giuseppe Tornatore estivesse ciente de que estava a
criar uma lenda do cinema mundial ao rodar este filme. Uma ode à sua arte?
Claro, mas isso é fácil de afirmar para qualquer realizador. Só que a
capacidade de «Cinema Paradiso» em fazer-te amar cinema e as suas personagens
(especialmente o jovem ator Salvatore Cascio) é ímpar. A banda-sonora é incontestavelmente
uma das melhores da história, a relação entre as duas personagens principais é…
Epá, faz um favor a ti próprio e vê o raio do filme!
#6
The
Hobbit: The Desolation of Smaug - 2013 - Peter Jackson
Não,
«The Hobbit» não é «The Lord of the Rings». Existe uma diferença, e ao ver o 1º
eu sabia disso e estava preparado. Eu não queria o mesmo tipo de filme: só
queria voltar a casa, o sitio em que cresci enquanto pessoa e enquanto amante
deste meio. E tal como em «An Unexpected Journey», tive exatamente o que
pretendia. Voltei a estar com os meus amigos de sempre, a ter aventuras
fantásticas, a divertir-me com as batalhas e com a maneira inventiva como a
história progredia. O filme teve piada, ação vertiginosa, Benedict Cumberbatch
e, tal como já disse, o fator mais importante para estar tão alto na minha
lista: levou-me de regresso a casa.
#5
Argo - 2012 - Ben Affleck
O
título é interessante. Eu confio (como realizador) em Ben Affleck. «Vamos lá
ver no que é que isto dá!». Resultado: «Argo» é, provavelmente, um dos melhores
thrillers da história do cinema. A tensão é de cortar à faca, as performances
dão uma dimensão muito humana ao filme. John Goodman e Alan Arkin formam uma
dupla cómica estupenda, aliviando e, por vezes, aumentando a pressão de um
filme que te deixa à espera. À espera… Até que te apercebes o quão doloroso (e
perigoso) o tic-tac do relógio pode ser. Baseado numa história real e vencedor
do Oscar de melhor filme em 2012, este é um filme indispensável.
#4
Django Unchained - 2012 - Quentin Tarantino
Tu
sabias que este filme haveria de estar aqui. Quentin Tarantino é um dos meus
realizadores favoritos (e não é de toda a gente?) sendo que qualquer trabalho
que ele faça estará, por default, na lista dos melhores do ano. O seu primeiro
western captura a essência dos clássicos de Sergio Leone, não deixando de ter o
cunho sanguinário que caracteriza o maestro de «Pulp Fiction». Leonardo
DiCaprio tem um papel imortalizador, assim como um descontrolado Samuel L.
Jackson. Christoph Waltz parece um poeta macabro, enquanto Foxx é o
protagonista competente. Para mim? Um filme fenomenal. Para Tarantino? Just
another day in the office.
#3
The Place Beyond the Pines - 2012 - Derek Cianfrance
Existem
pelo menos meia dúzia de categorias onde poderia integrar este filme: policial,
teen drama, ação, romance... A palavra épica é muitas vezes alvo de
banalizações: a banda sonora, a
ambiência, a ousadia de certos movimentos de camara… Tudo são pretextos para
aplicar um termo tão poderoso, mas agora banalizado. Enquanto encruzilhada de
várias histórias num desfecho único e mágico, enquanto obra de arte e também
enquanto carta de amor ao cinema, «The Place Beyond the Pines» é épico.
#2
The Master - 2012 - Paul Thomas Anderson
Eu
sou um grande fã de Daniel Day-Lewis: mas por uma vez, não quis que ele
ganhasse o Oscar. Joaquin Phoenix é tão abismal nesta obra que palavras não lhe
fariam justiça… «The Master» não pode ser categorizado: muitos retiram-lhe o
nome de filme para apelidá-lo de «experiência». Muitos críticos comparam-no com
«2001: A Space Odissey» e eu concordo. A meticulosidade, o fascínio pelo ser
humano e pelas suas contradições inerentes, o caos… Ah, o caos e a ordem
mental. Quão rara é esta sensação? Disfruta-a.
#1
Malcolm X - 1992 - Spike Lee
Spike
Lee é um racista exagerado. Spike Lee não tem vergonha. Spike Lee é um génio. O
puro exercício na arte do cinema que pratica em «Malcolm X» é algo límpido e
fascinante. Eu não consigo apontar uma única coisa errada neste filme.
Adorei-o. Compreendi-o. Emocionei-me. Desenvolvimento de personagem, pontas
soltas que se atam no decorrer da ação, uma grande banda sonora, um ator
fenomenal, trabalho de camara ímpar… Está tudo aqui. É uma personalidade da
qual sabia pouco ou nada. Acabei o filme a saber a sua vida, os seus motivos e
as suas filosofias. Acabei o filme a saber mais de cinema, mais de música e
mais de vida. Acabei sabendo que em 2013 não tinha visto nenhum filme melhor.
Belos títulos, sim senhor, Diogo. :)
ResponderEliminarCumprimentos cinéfilos.