domingo, 28 de dezembro de 2014

TOP de filmes c'u Buraco viu em 2013

No salto do Mister Wordpress para a Senhora Blogspot, perderam-se algumas das brincadeirinhas já feitas neste Buraco. Uma delas foi o Top de filmes que vi em 2013.

Ora, eu não sou requintado nem vou ao cinema todas as semanas, por isso o meu Top é cor de rosa e inclui, LITERALMENTE, todos os filmes que vi de 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2013. Para divulgar alguns dos filmes que vi e não tive tempo/bolas/cérebro/hálito/massa suficiente para criticar, aparece esta rúbrica bué original que só se faz uma vez por ano.

Quatro à partes:

1 - para os melhores filmes que saíram em 2014 terão que consultar o Espalha Factos;
2 - para os melhores filmes que vi em 2014 terão de esperar mais um bocadinho. Essa vai doer fazer…
3 - esta lista é feita com base no feeling "gostei mais de ver este do que este";
4- não julguem a parvoíce de algumas coisas que escrevi neste artigo: afinal de contas era um blogger inocente com menos de 2 meses a escrever. Agora sou muito mais formal e pomposo. (#sóquenão)


E sem mais demoras aqui fica O TOP DE FILMES C’U BURACO VIU EM 2013!






Menções Honrosas


Immortal Beloved – Música/Mistério
My Own Private Idaho – Drama/Road Movie
PI – Thriller
Rush – Desporto
Blue Velvet – Thriller
Before Midnight – Romance
Last Days – Música/Drama
Life of Pi – Aventura/Drama
Holy Motors – WTF?!
Carlito’s Way – Crime/Drama
Death Proof – Thriller/Comédia Negra
The Dreamers – Romance/Teen Drama
We Need to Talk About Kevin – Drama/Thriller
Silver Linings Playbook – Comédia Româmtica
The Sting – Comédia/Crime
Batoru Rowaiaru- Acção/Comédia Negra

 CM Punk: Best in the World – Documentário/Desporto
                                      



#20


Only God Forgives - 2013 - Nicolas Winding Refn

Grande parte do público despreza este filme pela sua lentidão, falta de diálogos e violência. Eu sou fã de violência em filmes quando esta é justificada: e neste filme, os silêncios entre os diálogos serviam-me para «juntar os pontinhos» do puzzle. A cinematografia (como em qualquer filme de Refn) é fantástica. Kristin Scott Thomas é genial, assim como as cenas e tortura. Se bocejei durante o filme? Claro. Se me diverti e não o consegui tirar do sistema? You’re goddamn right!



#19


Seven Psychopaths - 2012 - Martin McDonagh

Rir faz tão bem ao sistema. Faz as impurezas saírem todas! Para evitar dizer os nomes de todos os intervenientes, sou obrigado a afirmar que nenhum deles podia ser melhor do que foi. Rockwell é uma ESTRELA! O argumento e realização de Martin McDonagh, de tão ridículo chega a ser genial, deixando ciúmes a qualquer badboy da 7ª arte: Quentin Tarantino incluído!



 #18


The Perks of Being a Wallflower - 2012 - Stephen Chbosky

Gentji, a Hermione cresceu : lidem com isso. Para além de uma maravilhosa banda sonora, uma boa história de incompreensão e consequente afirmação, temos reunidos neste filme dois dos melhores atores da nova geração: Emma Watson e Ezra Miller. Ambos ambiciosamente diferentes nas suas abordagens, relegam Logan Lerman a um papel quase de brinquedo. Quem se lembrar das dificuldades de ser adolescente irá, sem dúvida, sentir a ligação com estas personagens.



#17


Perfect Blue - 1997 - Satoshi Kon

Provavelmente o mais intenso filme de animação que já vi. Por mais de uma vez desviei o olhar, repensando o que raio estaria a ver. É uma experiencia única, proporcionada pelo grande realizador Satoshi Kon: um olhar adulto e agressivo para o mundo do espetáculo, mas também para a psique feminina. Darren Aronofsky concebeu muitos das suas ideias para «Black Swan» com base neste filme icónico.


#16


True Romance -1993 - Tony Scott

Tal como a maior parte dos fãs deste filme, pergunto-me porque é que não há mais Gary Oldman. Divertido, cheio do típico charme à Tarantino e uma realização animada pela parte do agora falecido Tony Scott, fazem desta uma experiência bastante repetível. Há violência exagerada, bastantes palavrões, mamas gordas, drogas e pêgas: aliás, a protagonista é uma pêga! O filme é irrealisticamente divertido, tornando-se num conto de fadas «a lá Hollywood». E toda a gente gosta de contos de fadas, não é?



#15


Empire of the Sun - 1987 - Steven Spielberg

Por muitos anos que passem, Christian Bale será sempre um dos meus atores favoritos. Vê-lo com 12 anos a dar os seus primeiros passos na longa jornada para se tornar num dos melhores atores da sua geração foi um privilégio gratificante. Spielberg realiza eficaz e saudosamente este filme, de forma a exaltar ainda mais os horrores e privações da guerra. Mas é Bale, através da sua magnifica performance, que torna este filme numa aventura intemporal.


#14


Monty Python’s: The Meaning of Life - 1983 - Terry Gilliam

Mais tarde ou mais cedo ir-me-ei dedicar à contemplação da obra completa destes lendários cavalheiros. A maneira como avacalham com problemas sérios do dia-a-dia é fenomenal. «The Meaning of Life» é brutalmente honesto, original e indescritivelmente hilariante. Queres ser um comediante ou simplesmente estar entretido com uma quantidade exorbitante de badalhoquices? Aconselho-te a começar por aqui.



 #13


Prisoners - 2013 - Dennis Villeneuve

Um dos meus Youtubers favoritos, Chris Stuckmann, escolheu este como seu filme favorito de 2013. Embora não tenha gostado tanto como ele, este é, sem dúvida, um dos filmes mais emocionalmente cativantes que já vi. É um mistério cheio reviravoltas improváveis, orquestradas por um realizador muito promissor. Jackman e Gyllenhaal são ambos fenomenais, ainda que, provavelmente, venham a ser ignorados na corrida aos Oscares (adivinhei o futuro). Complexo, forte e visceral, acaba por recompensar todos os que têm a coragem de o experienciar.
  


#12


Dog Day Afternoon - 1975 - Sidney Lumet

O filme podia até ser descrito como uma comédia: mas são os momentos de tensão, em que Al Pacino (espetacular) improvisa situações cada vez mais inacreditáveis, que te prendem ao ecrã.  Os diálogos são estimulantes a vários níveis, os resultados imprevisíveis e a verdade… A verdade é que isto aconteceu mesmo. Um assalto + dois italianos parvos + vários reféns + policias + um transexual = 2 horas muito bem passadas.



#11


Wreck it Ralph - 2012 - Rich Moore

Estava ainda no inicio do filme e já pensava: «Raios parta! Isto é que é Disney à antiga!» E o sentimento manteve-se mesmo depois dos créditos rolarem. Extremamente divertido, colorido e habitado por personagens com as quais te poderás identificar, «Wreck it Ralph» é a melhor animação que vi em 2013. Está repleto de inside jokes que só aficionados de videojogos irão perceber. E descansa se nunca jogas-te Sonic ou Pacman (a sério?!), porque ainda assim este filme tornar-se-á numa deliciosa experiência que te fará sonhar com os tempos em que cassetes continham todos os teus sonhos.



#10


The Deer Hunter - 1978 - Michael Cimino

Podem trucidar-me à vontade por só o ter visto agora: mas está visto e adorei. A tensão estava a um nível insuportável durante as cenas de roleta russa. Creio sinceramente que por estudar exaustivamente este filme alguém poderia tornar-se num realizador bastante competente. DeNiro e Walken estão no seu apogeu enquanto atores, e, embora o filme seja enorme, o realizador, Michael Cimino, consegue manter o nível de interesse e mal-estar perpétuo. Vai aguçando os sentidos, tornando-se viciante… Tal como a guerra.



#9


Gandhi - 1982 - Richard Attenborough

A força com que este meteorito de sentimentos te atinge é enorme. O realizador Richard Attenborough, também conhecido por «dono do Jurassic Park», conduz uma odisseia pela India. Esquece «Slumdog Millionaire»: este é o filme que mostra o crescimento espiritual (e literal) de uma nação sem identidade própria. Por uma vez, a Academia acertou, tendo «Gandhi» arrecadado todos os principais prémios para os quis estava nomeado. Esta é a história de um homem que «gerações vindouras terão dificuldade em acreditar que realmente existiu.» Eu acredito.



#8


Hamlet - 1996 - Kenneth Branagh

Somente Kenneth Branagh para conseguir povoar o ecrã com uma versão visualmente estonteante, sem nunca esmorecer a classe e fluidez, da lendária obra de William Shakespeare. O elenco é de sonho, as interpretações formidáveis e o trabalho de camara, embora claramente preso às raízes teatrais do enredo, desenvolve-se de maneira tão acessível e inventiva que pouco importam as «4 paredes». Assustando, comovendo e mitificando cada cena, esta é, talvez, a melhor adaptação cinemática, não só do autor inglês, como de qualquer peça de teatro.



#7


Cinema Paradiso - 1988 - Giuseppe Tornatore

Não creio que o realizador Giuseppe Tornatore estivesse ciente de que estava a criar uma lenda do cinema mundial ao rodar este filme. Uma ode à sua arte? Claro, mas isso é fácil de afirmar para qualquer realizador. Só que a capacidade de «Cinema Paradiso» em fazer-te amar cinema e as suas personagens (especialmente o jovem ator Salvatore Cascio) é ímpar. A banda-sonora é incontestavelmente uma das melhores da história, a relação entre as duas personagens principais é… Epá, faz um favor a ti próprio e vê o raio do filme!



#6


The Hobbit: The Desolation of Smaug - 2013 - Peter Jackson

Não, «The Hobbit» não é «The Lord of the Rings». Existe uma diferença, e ao ver o 1º eu sabia disso e estava preparado. Eu não queria o mesmo tipo de filme: só queria voltar a casa, o sitio em que cresci enquanto pessoa e enquanto amante deste meio. E tal como em «An Unexpected Journey», tive exatamente o que pretendia. Voltei a estar com os meus amigos de sempre, a ter aventuras fantásticas, a divertir-me com as batalhas e com a maneira inventiva como a história progredia. O filme teve piada, ação vertiginosa, Benedict Cumberbatch e, tal como já disse, o fator mais importante para estar tão alto na minha lista: levou-me de regresso a casa.



#5


Argo - 2012 - Ben Affleck

O título é interessante. Eu confio (como realizador) em Ben Affleck. «Vamos lá ver no que é que isto dá!». Resultado: «Argo» é, provavelmente, um dos melhores thrillers da história do cinema. A tensão é de cortar à faca, as performances dão uma dimensão muito humana ao filme. John Goodman e Alan Arkin formam uma dupla cómica estupenda, aliviando e, por vezes, aumentando a pressão de um filme que te deixa à espera. À espera… Até que te apercebes o quão doloroso (e perigoso) o tic-tac do relógio pode ser. Baseado numa história real e vencedor do Oscar de melhor filme em 2012, este é um filme indispensável.



#4


Django Unchained - 2012 - Quentin Tarantino

Tu sabias que este filme haveria de estar aqui. Quentin Tarantino é um dos meus realizadores favoritos (e não é de toda a gente?) sendo que qualquer trabalho que ele faça estará, por default, na lista dos melhores do ano. O seu primeiro western captura a essência dos clássicos de Sergio Leone, não deixando de ter o cunho sanguinário que caracteriza o maestro de «Pulp Fiction». Leonardo DiCaprio tem um papel imortalizador, assim como um descontrolado Samuel L. Jackson. Christoph Waltz parece um poeta macabro, enquanto Foxx é o protagonista competente. Para mim? Um filme fenomenal. Para Tarantino? Just another day in the office.



#3


The Place Beyond the Pines - 2012 - Derek Cianfrance

Existem pelo menos meia dúzia de categorias onde poderia integrar este filme: policial, teen drama, ação, romance... A palavra épica é muitas vezes alvo de banalizações: a banda sonora,  a ambiência, a ousadia de certos movimentos de camara… Tudo são pretextos para aplicar um termo tão poderoso, mas agora banalizado. Enquanto encruzilhada de várias histórias num desfecho único e mágico, enquanto obra de arte e também enquanto carta de amor ao cinema, «The Place Beyond the Pines» é épico.



#2


The Master - 2012 - Paul Thomas Anderson

Eu sou um grande fã de Daniel Day-Lewis: mas por uma vez, não quis que ele ganhasse o Oscar. Joaquin Phoenix é tão abismal nesta obra que palavras não lhe fariam justiça… «The Master» não pode ser categorizado: muitos retiram-lhe o nome de filme para apelidá-lo de «experiência». Muitos críticos comparam-no com «2001: A Space Odissey» e eu concordo. A meticulosidade, o fascínio pelo ser humano e pelas suas contradições inerentes, o caos… Ah, o caos e a ordem mental. Quão rara é esta sensação? Disfruta-a.



#1


Malcolm X - 1992 - Spike Lee


Spike Lee é um racista exagerado. Spike Lee não tem vergonha. Spike Lee é um génio. O puro exercício na arte do cinema que pratica em «Malcolm X» é algo límpido e fascinante. Eu não consigo apontar uma única coisa errada neste filme. Adorei-o. Compreendi-o. Emocionei-me. Desenvolvimento de personagem, pontas soltas que se atam no decorrer da ação, uma grande banda sonora, um ator fenomenal, trabalho de camara ímpar… Está tudo aqui. É uma personalidade da qual sabia pouco ou nada. Acabei o filme a saber a sua vida, os seus motivos e as suas filosofias. Acabei o filme a saber mais de cinema, mais de música e mais de vida. Acabei sabendo que em 2013 não tinha visto nenhum filme melhor.

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