domingo, 28 de dezembro de 2014

TOP de filmes c'u Buraco viu em 2013

No salto do Mister Wordpress para a Senhora Blogspot, perderam-se algumas das brincadeirinhas já feitas neste Buraco. Uma delas foi o Top de filmes que vi em 2013.

Ora, eu não sou requintado nem vou ao cinema todas as semanas, por isso o meu Top é cor de rosa e inclui, LITERALMENTE, todos os filmes que vi de 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2013. Para divulgar alguns dos filmes que vi e não tive tempo/bolas/cérebro/hálito/massa suficiente para criticar, aparece esta rúbrica bué original que só se faz uma vez por ano.

Quatro à partes:

1 - para os melhores filmes que saíram em 2014 terão que consultar o Espalha Factos;
2 - para os melhores filmes que vi em 2014 terão de esperar mais um bocadinho. Essa vai doer fazer…
3 - esta lista é feita com base no feeling "gostei mais de ver este do que este";
4- não julguem a parvoíce de algumas coisas que escrevi neste artigo: afinal de contas era um blogger inocente com menos de 2 meses a escrever. Agora sou muito mais formal e pomposo. (#sóquenão)


E sem mais demoras aqui fica O TOP DE FILMES C’U BURACO VIU EM 2013!






Menções Honrosas


Immortal Beloved – Música/Mistério
My Own Private Idaho – Drama/Road Movie
PI – Thriller
Rush – Desporto
Blue Velvet – Thriller
Before Midnight – Romance
Last Days – Música/Drama
Life of Pi – Aventura/Drama
Holy Motors – WTF?!
Carlito’s Way – Crime/Drama
Death Proof – Thriller/Comédia Negra
The Dreamers – Romance/Teen Drama
We Need to Talk About Kevin – Drama/Thriller
Silver Linings Playbook – Comédia Româmtica
The Sting – Comédia/Crime
Batoru Rowaiaru- Acção/Comédia Negra

 CM Punk: Best in the World – Documentário/Desporto
                                      



#20


Only God Forgives - 2013 - Nicolas Winding Refn

Grande parte do público despreza este filme pela sua lentidão, falta de diálogos e violência. Eu sou fã de violência em filmes quando esta é justificada: e neste filme, os silêncios entre os diálogos serviam-me para «juntar os pontinhos» do puzzle. A cinematografia (como em qualquer filme de Refn) é fantástica. Kristin Scott Thomas é genial, assim como as cenas e tortura. Se bocejei durante o filme? Claro. Se me diverti e não o consegui tirar do sistema? You’re goddamn right!



#19


Seven Psychopaths - 2012 - Martin McDonagh

Rir faz tão bem ao sistema. Faz as impurezas saírem todas! Para evitar dizer os nomes de todos os intervenientes, sou obrigado a afirmar que nenhum deles podia ser melhor do que foi. Rockwell é uma ESTRELA! O argumento e realização de Martin McDonagh, de tão ridículo chega a ser genial, deixando ciúmes a qualquer badboy da 7ª arte: Quentin Tarantino incluído!



 #18


The Perks of Being a Wallflower - 2012 - Stephen Chbosky

Gentji, a Hermione cresceu : lidem com isso. Para além de uma maravilhosa banda sonora, uma boa história de incompreensão e consequente afirmação, temos reunidos neste filme dois dos melhores atores da nova geração: Emma Watson e Ezra Miller. Ambos ambiciosamente diferentes nas suas abordagens, relegam Logan Lerman a um papel quase de brinquedo. Quem se lembrar das dificuldades de ser adolescente irá, sem dúvida, sentir a ligação com estas personagens.



#17


Perfect Blue - 1997 - Satoshi Kon

Provavelmente o mais intenso filme de animação que já vi. Por mais de uma vez desviei o olhar, repensando o que raio estaria a ver. É uma experiencia única, proporcionada pelo grande realizador Satoshi Kon: um olhar adulto e agressivo para o mundo do espetáculo, mas também para a psique feminina. Darren Aronofsky concebeu muitos das suas ideias para «Black Swan» com base neste filme icónico.


#16


True Romance -1993 - Tony Scott

Tal como a maior parte dos fãs deste filme, pergunto-me porque é que não há mais Gary Oldman. Divertido, cheio do típico charme à Tarantino e uma realização animada pela parte do agora falecido Tony Scott, fazem desta uma experiência bastante repetível. Há violência exagerada, bastantes palavrões, mamas gordas, drogas e pêgas: aliás, a protagonista é uma pêga! O filme é irrealisticamente divertido, tornando-se num conto de fadas «a lá Hollywood». E toda a gente gosta de contos de fadas, não é?



#15


Empire of the Sun - 1987 - Steven Spielberg

Por muitos anos que passem, Christian Bale será sempre um dos meus atores favoritos. Vê-lo com 12 anos a dar os seus primeiros passos na longa jornada para se tornar num dos melhores atores da sua geração foi um privilégio gratificante. Spielberg realiza eficaz e saudosamente este filme, de forma a exaltar ainda mais os horrores e privações da guerra. Mas é Bale, através da sua magnifica performance, que torna este filme numa aventura intemporal.


#14


Monty Python’s: The Meaning of Life - 1983 - Terry Gilliam

Mais tarde ou mais cedo ir-me-ei dedicar à contemplação da obra completa destes lendários cavalheiros. A maneira como avacalham com problemas sérios do dia-a-dia é fenomenal. «The Meaning of Life» é brutalmente honesto, original e indescritivelmente hilariante. Queres ser um comediante ou simplesmente estar entretido com uma quantidade exorbitante de badalhoquices? Aconselho-te a começar por aqui.



 #13


Prisoners - 2013 - Dennis Villeneuve

Um dos meus Youtubers favoritos, Chris Stuckmann, escolheu este como seu filme favorito de 2013. Embora não tenha gostado tanto como ele, este é, sem dúvida, um dos filmes mais emocionalmente cativantes que já vi. É um mistério cheio reviravoltas improváveis, orquestradas por um realizador muito promissor. Jackman e Gyllenhaal são ambos fenomenais, ainda que, provavelmente, venham a ser ignorados na corrida aos Oscares (adivinhei o futuro). Complexo, forte e visceral, acaba por recompensar todos os que têm a coragem de o experienciar.
  


#12


Dog Day Afternoon - 1975 - Sidney Lumet

O filme podia até ser descrito como uma comédia: mas são os momentos de tensão, em que Al Pacino (espetacular) improvisa situações cada vez mais inacreditáveis, que te prendem ao ecrã.  Os diálogos são estimulantes a vários níveis, os resultados imprevisíveis e a verdade… A verdade é que isto aconteceu mesmo. Um assalto + dois italianos parvos + vários reféns + policias + um transexual = 2 horas muito bem passadas.



#11


Wreck it Ralph - 2012 - Rich Moore

Estava ainda no inicio do filme e já pensava: «Raios parta! Isto é que é Disney à antiga!» E o sentimento manteve-se mesmo depois dos créditos rolarem. Extremamente divertido, colorido e habitado por personagens com as quais te poderás identificar, «Wreck it Ralph» é a melhor animação que vi em 2013. Está repleto de inside jokes que só aficionados de videojogos irão perceber. E descansa se nunca jogas-te Sonic ou Pacman (a sério?!), porque ainda assim este filme tornar-se-á numa deliciosa experiência que te fará sonhar com os tempos em que cassetes continham todos os teus sonhos.



#10


The Deer Hunter - 1978 - Michael Cimino

Podem trucidar-me à vontade por só o ter visto agora: mas está visto e adorei. A tensão estava a um nível insuportável durante as cenas de roleta russa. Creio sinceramente que por estudar exaustivamente este filme alguém poderia tornar-se num realizador bastante competente. DeNiro e Walken estão no seu apogeu enquanto atores, e, embora o filme seja enorme, o realizador, Michael Cimino, consegue manter o nível de interesse e mal-estar perpétuo. Vai aguçando os sentidos, tornando-se viciante… Tal como a guerra.



#9


Gandhi - 1982 - Richard Attenborough

A força com que este meteorito de sentimentos te atinge é enorme. O realizador Richard Attenborough, também conhecido por «dono do Jurassic Park», conduz uma odisseia pela India. Esquece «Slumdog Millionaire»: este é o filme que mostra o crescimento espiritual (e literal) de uma nação sem identidade própria. Por uma vez, a Academia acertou, tendo «Gandhi» arrecadado todos os principais prémios para os quis estava nomeado. Esta é a história de um homem que «gerações vindouras terão dificuldade em acreditar que realmente existiu.» Eu acredito.



#8


Hamlet - 1996 - Kenneth Branagh

Somente Kenneth Branagh para conseguir povoar o ecrã com uma versão visualmente estonteante, sem nunca esmorecer a classe e fluidez, da lendária obra de William Shakespeare. O elenco é de sonho, as interpretações formidáveis e o trabalho de camara, embora claramente preso às raízes teatrais do enredo, desenvolve-se de maneira tão acessível e inventiva que pouco importam as «4 paredes». Assustando, comovendo e mitificando cada cena, esta é, talvez, a melhor adaptação cinemática, não só do autor inglês, como de qualquer peça de teatro.



#7


Cinema Paradiso - 1988 - Giuseppe Tornatore

Não creio que o realizador Giuseppe Tornatore estivesse ciente de que estava a criar uma lenda do cinema mundial ao rodar este filme. Uma ode à sua arte? Claro, mas isso é fácil de afirmar para qualquer realizador. Só que a capacidade de «Cinema Paradiso» em fazer-te amar cinema e as suas personagens (especialmente o jovem ator Salvatore Cascio) é ímpar. A banda-sonora é incontestavelmente uma das melhores da história, a relação entre as duas personagens principais é… Epá, faz um favor a ti próprio e vê o raio do filme!



#6


The Hobbit: The Desolation of Smaug - 2013 - Peter Jackson

Não, «The Hobbit» não é «The Lord of the Rings». Existe uma diferença, e ao ver o 1º eu sabia disso e estava preparado. Eu não queria o mesmo tipo de filme: só queria voltar a casa, o sitio em que cresci enquanto pessoa e enquanto amante deste meio. E tal como em «An Unexpected Journey», tive exatamente o que pretendia. Voltei a estar com os meus amigos de sempre, a ter aventuras fantásticas, a divertir-me com as batalhas e com a maneira inventiva como a história progredia. O filme teve piada, ação vertiginosa, Benedict Cumberbatch e, tal como já disse, o fator mais importante para estar tão alto na minha lista: levou-me de regresso a casa.



#5


Argo - 2012 - Ben Affleck

O título é interessante. Eu confio (como realizador) em Ben Affleck. «Vamos lá ver no que é que isto dá!». Resultado: «Argo» é, provavelmente, um dos melhores thrillers da história do cinema. A tensão é de cortar à faca, as performances dão uma dimensão muito humana ao filme. John Goodman e Alan Arkin formam uma dupla cómica estupenda, aliviando e, por vezes, aumentando a pressão de um filme que te deixa à espera. À espera… Até que te apercebes o quão doloroso (e perigoso) o tic-tac do relógio pode ser. Baseado numa história real e vencedor do Oscar de melhor filme em 2012, este é um filme indispensável.



#4


Django Unchained - 2012 - Quentin Tarantino

Tu sabias que este filme haveria de estar aqui. Quentin Tarantino é um dos meus realizadores favoritos (e não é de toda a gente?) sendo que qualquer trabalho que ele faça estará, por default, na lista dos melhores do ano. O seu primeiro western captura a essência dos clássicos de Sergio Leone, não deixando de ter o cunho sanguinário que caracteriza o maestro de «Pulp Fiction». Leonardo DiCaprio tem um papel imortalizador, assim como um descontrolado Samuel L. Jackson. Christoph Waltz parece um poeta macabro, enquanto Foxx é o protagonista competente. Para mim? Um filme fenomenal. Para Tarantino? Just another day in the office.



#3


The Place Beyond the Pines - 2012 - Derek Cianfrance

Existem pelo menos meia dúzia de categorias onde poderia integrar este filme: policial, teen drama, ação, romance... A palavra épica é muitas vezes alvo de banalizações: a banda sonora,  a ambiência, a ousadia de certos movimentos de camara… Tudo são pretextos para aplicar um termo tão poderoso, mas agora banalizado. Enquanto encruzilhada de várias histórias num desfecho único e mágico, enquanto obra de arte e também enquanto carta de amor ao cinema, «The Place Beyond the Pines» é épico.



#2


The Master - 2012 - Paul Thomas Anderson

Eu sou um grande fã de Daniel Day-Lewis: mas por uma vez, não quis que ele ganhasse o Oscar. Joaquin Phoenix é tão abismal nesta obra que palavras não lhe fariam justiça… «The Master» não pode ser categorizado: muitos retiram-lhe o nome de filme para apelidá-lo de «experiência». Muitos críticos comparam-no com «2001: A Space Odissey» e eu concordo. A meticulosidade, o fascínio pelo ser humano e pelas suas contradições inerentes, o caos… Ah, o caos e a ordem mental. Quão rara é esta sensação? Disfruta-a.



#1


Malcolm X - 1992 - Spike Lee


Spike Lee é um racista exagerado. Spike Lee não tem vergonha. Spike Lee é um génio. O puro exercício na arte do cinema que pratica em «Malcolm X» é algo límpido e fascinante. Eu não consigo apontar uma única coisa errada neste filme. Adorei-o. Compreendi-o. Emocionei-me. Desenvolvimento de personagem, pontas soltas que se atam no decorrer da ação, uma grande banda sonora, um ator fenomenal, trabalho de camara ímpar… Está tudo aqui. É uma personalidade da qual sabia pouco ou nada. Acabei o filme a saber a sua vida, os seus motivos e as suas filosofias. Acabei o filme a saber mais de cinema, mais de música e mais de vida. Acabei sabendo que em 2013 não tinha visto nenhum filme melhor.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

É Natal e lembrei-me de viver.


O trabalho faz-nos esquecer quem somos. Tendo o único propósito de continuarmos em frente, esquecemo-nos de olhar para o lado. E ao lado pode estar o melhor da nossa vida…

É Natal, e passei a quadra com a minha família. Gosto do espirito que transpira pelos poros de cada um: nem é tanto pelas prendas, o meu tempo já passou. É mais pelo sentimento que fica depois de tudo estar arrumado e descansado.



E sabem o que fiz durante o jantar? Acabava trabalhos. Lia apontamentos. Escrevia mais e mais… Sempre foi esse o meu propósito: trabalhar mais, ser mais e melhor. E um nó começou a formar-se nas minhas costas. Doía, mas o importante é continuar: senão somos ultrapassados.

Se ainda não te deste conta, eu amo cinema. Sou capaz de barbaridades por uma boa história, um momento inesquecível ou flagrantes pensamentos que me perturbem para sempre. Mas com a universidade e tantas outras montanhas para escalar em prol dessas mesmas histórias, esqueço-me de mim.

Esqueço-me de viver e procurar essas histórias.



Porque a escola dá-te um papel carimbado mas não a vida pela qual estudaste. Não te dá aspirações ou soluções. Não te dá sonhos. Esses têm que ser procurados por ti. A escola faz-te as perguntas e a paixão dá-te as respostas.

Filmes como «Frank» e «Boyhood», que devido ao trabalho neguei durante meses e meses, relembram-me a razão de sonhar e imaginar. Lembram-me o porquê de estar neste planeta, de estar vivo e continuar a acordar todas as manhãs com um objectivo.



Pode não estar escarrapachado preto no branco, pode não ser a coisa mais simples do mundo: mas pelo menos confirma-me que ainda existo. Tantos sacrifícios… Tanto jogado fora em prol de um tudo tão incerto.

Se estás a ler isto quero que saibas que eu estou aqui. Quero que saibas que não desisti de ti. Quero que que saibas que ainda existe alguém a lutar a teu lado: pelos teus sonhos e pelas tuas ninharias. Por tudo aquilo que mais ninguém acha importante, mas que a pouco e pouco constrói o teu castelo.

Porque não interessa se és um músico excêntrico e maníaco ou tiveste uma vida absolutamente normal: tu és especial. E tens tudo para fazer a tua vida resultar.

E porquê? Porque eu te amo. Eu amo-vos a todos.


quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Crítica - The Lord of the Rings: The Two Towers - 2002 - Peter Jackson


Mais do que uma simples sequela, The Two Towers é a continuação pura de The Fellowship of the Ring.

Sequelas muitas vezes perdem o tom e o espírito da história que lhes precedeu, apresentando um mundo completamente diferente: exemplos disso são os vários capítulos da saga Harry Potter (que cedo perderam homogeneidade devido aos múltiplos realizadores) e as prequelas de Star Wars.

Sobre estas últimas abstenho-me de comentários: por agora...

Por ser filmada continuamente e pela mesma equipa, a trilogia The Lord of the Rings tem um sentido único, nunca se perdendo por meandros desnecessários ou irreflectidos.

Um caminho, uma história e mais um filme do catano.



Frodo e Sam vão em direcção a Mordor guiados pela misteriosa criatura Gollum. Aragorn, Gimli e Legolas tentam resgatar Merry e Pippin dos Uruk-hai, mas acabam por se ver envolvidos numa enorme batalha pela sobrevivência de uma nação. E depois há os ents…

Podemos começar por aí: os ents, embora apareçam pouco, são a parte mais chata do filme. Estes anciões em forma de árvore falam muuuuuito devagar e nunca dizem nada de jeito, o que torna as suas cenas altamente morosas quando comparadas com o resto. No final acaba por valer a pena, mas o caminho até lá é chato para caraças e faz o filme perder algum fulgor.



Fulgor esse que é maioritariamente proporcionado por Andy Serkis no papel de Gollum/Sméagol.

Esta criatura bipolar é o resultado do que acontece se uma pessoa ficar 500 anos com o Anel, e, através da poderosa performance do actor britânico, nunca deixamos de estar em perpétuo contacto emocional com este ser. Sendo completamente sincero, quando vi o filme pela primeira vez, não me apercebi que Gollum era feito com recurso a efeitos especiais: julgava que era apenas um gajo muito feio a falar com ele próprio.

Mas não, era SÓ uma das melhores performances de todos os tempos.



Hoje em dia, embora na versão BluRay já dê para notar certas falhas, existem pouquíssimos momentos em que fixes aqueles grandes olhos e penses «Isto é super fake.» Peter Jackson sabia que para o filme (e a trilogia em si) funcionar os efeitos especiais teriam de ser extremamente credíveis: e para ter um monstrinho deformado com meio milénio de vida a saltitar pelo ecrã seria preciso um exército de especialistas em efeitos especiais.

E por falar em exército: a famosa batalha de Helm’s Deep é a peça central da trilogia. Se fores à procura de EPIC SHIT no dicionário, a definição que vais encontrar é "Batalha de Helm's Deep".

Esta é, sem dúvida, das melhores cenas de guerra da história do cinema: de uma forma gloriosa consegue expor como todos os membros da Irmandade evoluíram, o quão dramática a situação é e como todo o rumo da história balança no gume de uma navalha. E tudo isto sem perder o controlo ou o sentido do que se está a passar, como em tantos filmes acontece (exemplo: Transformers… Oh wait, estava a falar de filmes).



A banda sonora de Howard Shore é também vítima de uma evolução de proporções (estou a esgotar todos os usos possíveis da palavra só para exacerbar bem o que este filme é) ÉPICAS, trazendo novos temas e novas centelhas de esperança e glória através dos seus delicados acordes. Os temas são tão geniais que consegues, só através deles, perceber com quem estás, em que situação e como a acção se irá desenrolar.

Não posso deixar de referir que todo este desenvolvimento acontece durante a brilhante introdução de novas personagens, interpretadas por Bernard Hill, Karl Urban, Brad Dourif, David Wenham e Miranda Otto (especialmente as de Hill e Dourif, ambos actores consagrados, que se reinventam de forma apoteótica na duração desta película).



A própria comédia tornou-se mais adulta de um filme para o outro. Merry e Pippin (representados por Dominic Monaghan e Billy Boyd, respectivamente) eram difíceis de diferenciar no primeiro filme, exactamente pelo excesso de piadas juvenis. Mas aqui percebemos que Merry está a ter um crescimento muito mais consciente do que o seu melhor amigo.

Tal como na nossa realidade, o discernimento de que a «guerra» toca a todos é (infelizmente) uma dádiva de poucos: e cabe-lhes o dever de «abrir os olhos» aos restantes.

E esse é o papel de Sam (Sean Astin). O seu magnífico monólogo (que serve de banda sonora a alguns dos acontecimentos mais importantes da história da Terra Média) refuta qualquer argumento que Roger Ebert pudesse ter nas suas críticas a esta trilogia.



Sim, estou a contradizer o maior deus da história da crítica de cinema.

E porquê? Porque embora grande parte dos 3 filmes sejam dedicados a reis e feiticeiros, nós só os vemos como se estivessem na televisão: longe e a fazer decisões imponentes que nem sabemos bem como acabarão.

Mas nós não. Porque nós não somos reis nem feiticeiros: nós somos os simplórios que nunca fomos confrontados com nada de mal neste mundo. Decisões de «guerra» nunca estiveram nas nossas mãos, o «destino da humanidade» nunca pendeu na balança dos nossos feitos heróicos.

A única decisão que SEMPRE tivemos de fazer, como Frodo, foi se apoiamos o bem ou cedemos à maldade. Obviamente que ele não é a personagem mais cativante: claro que preferimos os famosos guerreiros e magos cheios de poderes.

Mas se pensares bem e fores sincero, tu próprio sabes: tu não és a personagem mais cativante da história da tua vida. Existirá sempre alguém «mais…».

E é por isso não poderia existir melhor metáfora para a constante luta que é a vida humana que The Two Towers.

E é por isso que Simon Says that this movie is…




domingo, 7 de dezembro de 2014

Crítica - The Lord of the Rings: The Fellowship of the Ring - 2001 - Peter Jackson


Alguma vez estiveste longe de casa durante algum tempo? Lembras-te da sensação ao regressar? O calor na barriga e a nostalgia de respirar novamente o TEU ar, a TUA família, a TUA vida?

É exactamente esse o sentimento que tenho ao vislumbrar o Shire no filme The Fellowship of the Ring: o primeiro da trilogia The Lord of the Rings.

Num mundo repleto de magia e seres míticos, o Senhor das Trevas, Sauron, precisa do Anel onde depositou a sua alma para conquistar a Terra-Média. Frodo Baggins (Elijah Wood), um pacato camponês, é confiado com a missão de fugir com o Anel e tentar destruí-lo.

Esta é a mais básica das sinopses que posso oferecer. Entrar em mais detalhes revelaria a história e não é essa a minha intenção: pelo menos nesta primeira crítica. A minha intenção é sim explicar o porquê deste filme (e consequente trilogia) ser essencial à vida de qualquer ser humano que preze cinema e fantasia.



A obra de J. R. R. Tolkien é a fundação de várias gerações de sonhadores, tendo solitariamente iniciado um percurso que se estende muito para além do seu tempo: sem The Lord of the Rings não existiria Star Wars. Sem The Lord of the Rings não haveria qualquer jogo de Role-Play, desde Dungeons & Dragons a Skyrim. 95% da literatura fantástica de hoje em dia não existiria sem esta trilogia. As palavras elfo, duende, goblin, anão, feiticeiro e dragão não seriam mais do que memórias de um tempo muito antigo, onde apareceriam esporadicamente em lendas mitológicas de países distantes.

E milhões de rapazes e raparigas por todo o mundo não teriam crescido com a vontade de juntar um grupo de amigos e partir numa aventura para derrotar o mal.



«Estás a chamar aos livros religião?!» Podes ter a certeza que estou. E o que Peter Jackson fez com estes filmes foi dar o sopro de vida a um mundo desenhado pelo mestre da imaginação. Deu-lhe carne, deu-lhe osso. Deu-lhe luz, vida e melodia.

Essa é a primeira vitória de The Fellowship of the Ring: a Terra-Média (continente onde a acção é passada) nunca parece irrealista ou distante, mas sim um país vizinho, onde coisas extraordinárias estão a acontecer a pessoas como tu e eu. A Nova Zelândia (local das filmagens) tornou-se imediatamente numa das minhas viagens de sonho pelas múltiplas paisagens (desde montanhas geladas, bosques misteriosos, campos verdejantes, cascatas e rios), pela simplicidade e magia com que o director de fotografia Andrew Lesnie as captou, e pelo amor sincero como a história é contada.

Quando um realizador e a sua equipa são verdadeiramente apaixonados pelo projecto que têm em mãos é impossível não ficar evidente no ecrã.



Com um amplo elenco repleto de actores clássicos como Christopher Lee, Ian McKellen, Ian Holm e John Rhys-Davies, e outros tantos que foram imortalizados nesta obra como Sam Astin, Sean Bean, Orlando Bloom, Cate Blanchett, Viggo Mortensen, Liv Tyler, Hugo Weaving... Enfim, uma colectânea infindável que nunca compromete. A lista de nomes que figuraram neste filme é, só por si, motivo suficiente para o ver: mas, como tantas vezes ficou comprovado ao longo da história do cinema, não são os actores que edificam a película.

The Fellowship of the Ring revolucionou a 7ª arte de várias formas, sendo o estilo épico que Peter Jackson lhe imprimiu o exemplo mais categórico. 

A maneira como a câmara passa por cima de enormes exércitos acompanhada pela gloriosa banda sonora de Howard Shore ou o trabalho irrepreensível que a equipa de efeitos especiais conseguiu imprimir neste mundo de fantasia é absolutamente estrondoso. 13 anos depois não existem muitos momentos em que se possa apontar e dizer «Nah! Isto é completamente falso!», sejam esses momentos batalhas com demónios antigos, edifícios majestosos ou cidades inteiras feitas a partir de computadores. 

Quantos filmes poder-se-ão gabar do mesmo?


The Fellowship of the Ring começa com uma breve introdução ao mundo onde vais passar as próximas horas, narrada pela elfa Lady Gadriel (interpretada pela fantástica Cate Blanchett). A partir daí és apresentado sequencialmente a cada uma das personagens principais, cada qual com a sua própria história e maneira de ver o mundo. É abismal como o enredo nunca perde o foco durante a introdução de cada um dos nossos novos amigos, sendo essa uma das principais forças do filme: no final serás, quase certamente, capaz de distinguir as diferentes personagens e até perceber as suas relações interpessoais.

Os laços de amizade, confiança e (por vezes) de inveja são mais do que evidentes e, como tantas vezes já o disse, são precisamente estas interacções e evoluções que fazem o público criar vínculos com os diferentes intervenientes e preocupar-se com os seus destinos.

O tom, embora seja inicialmente feliz e até infantil, acaba por se alterar com os próprios intervenientes na acção. O crescimento e desenvolvimento das suas personalidades são acompanhados por mudanças nas cores, nas luzes e até na banda-sonora: subtis, nunca forçados e mantendo uma sobriedade quase eloquente.

As cenas de acção são brutais e excitantes, dando vontade a qualquer petiz de pegar numa espada e derrotar monstros imaginários a toda a sua volta, com os poderes que só um verdadeiro guerreiro poderá ter!

Oh esperem, era só eu a fazer isso? Pronto, está bem…



A verdade é que de um ponto de vista técnico, para a sua altura, The Fellowship of the Ring é simplesmente intocável: até nas interpretações é quase perfeito.

Sir Ian McKellen no papel de Gandalf, o feiticeiro cinzento, é excepcional, modificando-se, qual camaleão, ao sabor das necessidades da sua personagem. É lixado o suficiente para lutar com espada e magia contra exércitos inteiros de orcs (criaturas do mal, controladas pelo Senhor das Trevas) e sábio o suficiente para aconselhar Frodo na sua jornada.

Viggo Mortensen, no papel de Aragorn, um guerreiro renegado e herdeiro do trono, é a personagem mais explorada na trilogia inteira e a sua introdução não poderia ter sido feita melhor. Mortensen consegue eficazmente exprimir os vários paradigmas que rodeiam este combatente implacável, desde a sua paixão proibida com uma princesa dos elfos, o seu desejo de salvar o mundo e de escapar ao destino o persegue.

No entanto, tal como eu disse, «quase» não é inteiramente perfeito.

O jovem Elijah Wood, embora física e mentalmente ideal para a personagem, não tinha as capacidades interpretativas indicadas para ser o protagonista desta jornada. Não é que seja mau actor, mas por vezes as suas emoções demoram a exibir a sua verdadeira forma, perdendo-se em inúmeras contemplações. Pá, basicamente o gajo, comparado com o resto do pessoal, é suuuuper aborrecido.



Existem ainda algumas conveniências na história que são simplesmente ignoradas: o facto de Gandalf e Saruman (o feiticeiro branco, interpretado por Sir Christopher Lee) só utilizarem os seus poderes esporadicamente, e não sempre que necessário; a estupidez dos companheiros de viagem de Frodo que despoletam uma série de perigos; a ignobilidade forçada de algumas personagens.



Não vou mentir quando digo que este filme tem uma carga nostálgica muito intensa sobre mim: ensinou-me várias coisas sobre a arte de contar histórias, sobre a imaginação e sobre o cinema, numa época em que eu era simplesmente um miúdo sem muitas preocupações.

Ainda hoje tenho o VHS da edição especial (duas cassetes) e lembro-me perfeitamente da primeira vez que os vi. Foi no trabalho da minha mãe e eu tinha 8 anos. Desde aí nunca mais olhei para trás e decidi (como só um miúdo de 8 anos pode decidir) que até ao dia em que morresse, esta seria a minha história favorita: aquela que eu contaria aos meus netos, sentados em frente a uma lareira quentinha.

E a verdade é que 12 anos depois ainda aqui estou, não a falar com os meus netos, mas contigo, a dizer-te que esta continua a ser a minha história predilecta e que nunca me cansarei de a ver.

Passe o tempo que passar.

E é por isso que digo que The Fellowship of the Ring é…




sábado, 8 de novembro de 2014

Crítica - Interstellar - 2014 - Christopher Nolan

Sempre gostei de viajar, e hoje, por apenas 4€, fui até outra galáxia e voltei. Pelo meio aprendi segredos obscuros, senti-me enjoar, flutuar, sufocar, desesperar e… Eu nem sei. Estou meio zonzo. Já tentei dormir e não consegui.


Na minha terra chama-se a isto «o efeito Nolan». Parabéns Chris, you did it again.
«Interstellar» conta a história de Cooper (Matthew McConaughey), um pai de família que terá de abandonar a Terra em busca de um planeta onde a humanidade possa prosperar. E ficamos por aqui em termos de sinopse.
Se leram a minha crítica a «The Place Beyond the Pines», sabem que adoro filmes que se enquadrem em vários planos da 7ª arte. Filmes que comecem subtis e que pelo meio nos façam perder nos meandros da realidade. Parece-me justo dizer que «Interstellar» é exactamente esse tipo de filme: com início familiar e confortável, desenrola-se de forma caótica e descontrolada.





E de certa forma essa é a melhor e a pior faceta do filme.
Matthew McConaughey não é o melhor actor da sua geração, mas tem, sem dúvida, calibre para figurar entre os melhores. Quando a realização falha, é a sua performance que conduz o enredo. Não o sentes como um «escolhido», ou o profeta da civilização que a todos salvará: muito pelo contrário. É um homem que desde o primeiro momento sabemos ter falhas, e pouco faz para as superar: como tu, como eu. E dadas as circunstâncias extraordinárias em que é colocado, identificamo-nos com o seu horror, agitação e, sobretudo, saudade.
Aquele sentimento tão português…


A relação de Cooper com a sua filha Murph (Mackenzie Foy) é um dos elos mais emocionais e ternurentos de que há memória: e tanto o realizador como os actores (por favor não retire as próximas duas palavras de contexto) deram tudo na esperança de exacerbar essa relação. Sabiam que toda a estrutura do filme assentava nessa relação, e sem ela, não existiria nada.
Nada é tudo.
Tudo o que existe no espaço e para lá dele é de uma construção magnífica. Facilmente te esqueces que estás a ver efeitos especiais, e, por muito tempo, podes até esquecer-te de que estás a ver um filme. Houve um momento, que durou algumas dezenas de segundos, em que me senti verdadeiramente enjoado e sem gravidade. Creio que inclusivamente me inclinei involuntariamente para não perder o equilíbrio na cadeira. É esse o grau de realismo.



Tragam «2001: A Space Odissey» e coloquem-no lado a lado com «Interstellar»: em termos de construção técnica têm o mesmo ADN. Obviamente que Nolan presta homenagem à obra-prima do Mestre mais do que uma vez ao longo dos 169 minutos de filme. Obviamente que, tendo os filmes quase 50 anos de diferença, as rupturas visuais vão ser significativas. Mas o espanto consiste no quão a experiência, embora totalmente diferente, seja a mesma.
Será mesmo esta a sensação de deixar a nossa dimensão?
Isto porque a dimensão das ideias que constroem a trama é messiânica: alicerçadas nos estudos científicos de Kip Thorne e Carl Sagan, a sala escura torna-se numa catedral de conhecimento, onde uma perspectiva transcendental do Universo é oferecida. Admito que por vezes foi difícil acompanhar toda a gíria científica, mas puxar um pouco pela massa cinzenta, neste caso, é muito recompensador: o precipício do tempo e espaço materializa-se na tua mente e, talvez, nunca mais olhes para o relógio da mesma forma.
Dito isto, resta-me concluir que:
- a fotografia de Hoyte Van Hoytema (na sua primeira colaboração com o realizador) é estupenda: muito mais humana e emocionalmente ressonante do que a de Wally Pfister;

-trabalho espetacular a nível sonoro. Tem que ser visto no cinema para ser propriamente

 experienciado;

- existe humor em doses saudáveis, principalmente debitadas por robôs (!) ;
- todo o elenco secundário fez um trabalho satisfatório.
E porquê este último tratamento mais frio? Porque «Interstellar», apesar de ser uma carta apaixonada ao cinema da imaginação, treme na sua caligrafia.
Embora seja uma abordagem diferente e interessante, os irmãos Nolan escrevem um argumento que tenta explicar cientificamente coisas que não podem ser explicadas. Sim, dentro do contexto do filme faz sentido: mas quando é suposto criarmos e percebermos determinadas ligações emocionais não é com palavreado tirado de um livro de física quântica que isso vai acontecer.


Muito menos com aquele pedaço de m*rda a aparecer a meio do filme!
Deixando sentimentos pessoais de lado, aproveito a deixa para dizer que existem algumas surpresas no filme: umas boas, outras más. Há, contudo, certas personagens que tomam atitudes um pouco fora do contexto, não se conseguindo completamente compreender o porquê. E a história perde credibilidade…
Mas são detalhes… Pontas soltas que ficaram por atar. A própria realização de Nolan parece sofrer do mesmo mal: alguns planos não ajudam o enredo e perlongam-se inutilmente, enquanto outros carecem do mesmo tratamento.
São ninharias, mas minam o campo de trigo, onde todos corremos em slow-motion acompanhados pela belíssima banda-sonora de Hans Zimmer.
«Interstellar» não é perfeito. A sua ambição desmedida conduziu a uma falta de atenção aos detalhes: algo que sempre caracterizou as obras do realizador britânico.
 


Dito isto, «Interstellar» é, contudo, um filme obrigatório. Combinando a criatividade artística de um dos maiores génios cinematográficos do séc. XXI, com um valor de produção apenas acessível à elite de Hollywood, esta é uma experiência como há muito não se via no cinema:  provavelmente desde 2010, quando um certo «lobinho» andava a tentar entrar em sonhos alheios. Falo, claro, de «Inception», do mesmo realizador.
«Interstellar» é grande. É ambicioso. É inspirador. Inteligente. «Interstellar» é mais filme que «Gravity». No entanto, são duas películas que, embora tenham o espaço como pano de fundo, se encaixam em géneros completamente distintos.

Se o objectivo de «Gravity» era entreter-te, o ojectivo de «Interstellar» é mudar a tua vida. E pelo preço de um bilhete, acho que vale a pena dares-lhe uma hipótese.


E é com isto em mente que Simon Says that this movie is…


 

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Qual é o teu filme favorito?! Deixem-me rir!

Desde os meus 13 anos que a minha resposta tem sido sempre a mesma. Desde aquela tarde de 7º ano em que consegui vir para casa mais cedo, deitar-me debaixo das mantinhas e carregar no play. Até me lembro em que posição a minha cama estava. Até me lembro da mensagem que enviei ao meu grande amigo que me tinha aconselhado o filme.


"Este é o filme mais psico-estúpido que já vi na vida!"


A resposta dele foi algo do género:

"Estúpido és tu! Não percebeste o filme!"

A minha reacção? Tomar banho e vê-lo outra vez. 

E passados todos estes anos contínuo sem percebê-lo totalmente...

Fight Club, de David Fincher, mudou a minha vida.



Algo naquela sombria e esquizofrénica história acendeu uma chama no meu âmago. Revelou-me que para além de histórias, o cinema podia carregar consigo mensagens. Diferentes pontos de vista, diferentes vidas! Que o mundo está cheio de coisas boas e más que podem (e devem!) ser experienciadas através da 7ª arte.
Amigos vão e vêm. Namoradas aparecem e desaparecem... Mas nunca haverá um substituto para esta obra-prima, passem quantos anos passarem. Fight Club e as suas personagens, para mim, são família.

Este é o único filme do qual eu sei as falas todas: do principio ao fim. Este é o único filme que veria todos os dias da minha vida.

Este é o único filme para o qual eu tenho medo de escrever uma critica.

Costumo dizer que o Fight Club me fez atingir a puberdade: e acredito que daqui a muitos anos, com uma barba branca e cabelos grisalhos, estarei a mostrá-lo aos meus netos.

Com lágrimas nos olhos e o coração cheio de esperança no futuro.

Thank you Tyler :)