terça-feira, 22 de setembro de 2015

Jon Snow vs Ramsay Bolton ?! Deixem-me rir!

Para além de um Buraco, embaixo terás SPOILERS para a maior parte das temporadas de Game of Thrones. 

“Ai minha Nossa Senhora! O Jon Snow morreu?! E agora? Como é que vou conseguir sobreviver!? Esta série já não tem interesse!”

Really?

“Este Ramsay é mesmo um cabrão! Ai que horror! Não consigo olhar! Ele tem que morrer! O Jon Snow vai matá-lo!”

Really?!

Senhoras e senhores, o meu nome é Diogo Simão e estou aqui para corrigir esta afronta utilizando lógica e bom senso.

De um lado temos o menino bonito, com barba e cabelo comprido, que derreteu o coração gelado da selvagem com que todas as meninas se identificam. O actor que lhe dá vida (Kit Harington) é idolatrado por (quase) todos os espectadores da série e possui os talentos interpretativos de um cavalo com gases.



Certo: ele melhorou substancialmente a sua performance nesta última temporada, mas eu continuo a acreditar que isto só aconteceu porque ele sabia que era a última.

E independentemente do actor, a personagem do Snow é das mais clichés e menos interessantes de TODA a série. O bacano é o “filho” rejeitado de uma corte de nobres e vai combater monstros com a escumalha do reino para ganhar o respeito dos que não lha dão. E é isto… O gajo manteve-se igual a si próprio ao longo destas temporadas todas e não evidenciou o mínimo sinal de mudar: mesmo na hora da morte.



É por esta evidente falta de criatividade (quer na backstory, quer no desenvolvimento, quer no próprio actor) que me surpreende que o vacaco seja das personagens mais queridas da assistência. Aliás: a maior parte das queixas que li quando ele morreu foram algo do género “Ah bolas! Agora como é que sabemos quem é a mãe dele?”

Dude: se a cena mais intrigante sobre uma personagem é saber quem são os seus progenitores, acho que está tudo dito em relação ao quão “bem”  (repara que meti a anterior palavra em negrito, itálico e sublinhado para não haver quaisquer dúvidas sobre a ironia nela contida) ela foi desenvolvida e quão relevante ela é para a série.



E do outro lado do espectro temos Ramsay Bolton. Interpretado por Iwan Rheon, este pedaço de m*rda (como a maior parte do público lhe chama) flagela, tortura, viola, queima, esfola, castra, avacalha… E tudo com um sorriso demente na cara.



Game of Thrones, apesar das suas magias, profecias, zombisses e dragozisses, é uma série centrada nas relações interpessoais de personagens credíveis e verdadeiras. Todas têm um passado que corrobora quem são hoje, todas têm um objectivo definido e todas têm um curso de acção mais ou menos interessante.

Talvez seja eu, mais uma vez, a gravitacionar para os canalhas sádicos, mas não há UMA ÚNICA personagem mais interessante que o Ramsay. Há tantas questões por responder sobre este gajo que dava para encher (pelo menos) um livro!

Qual é a sua história? O que é que lhe fizeram para ele ser assim? Até onde vai a sua falta de humanidade? Terá mais algum sentimento para além da raiva, inveja, desejo, sarcasmo e repugnância? O que estará disposto a fazer para agradar o pai?



As múltiplas facetas que já exibiu são apenas a casca do que ainda pode estar por saborear nesta fruta e ainda assim são poucas as manifestações de satisfação cada vez que o bastardo toma conta da acção.

Está na hora de mudar isso pessoal! As personagens não valem mais ou menos porque alguém as escreveu para serem boas ou más: valem sim pela sua originalidade, profundidade e nível de interesse para o desenvolvimento da acção.


Esperava mais do público de uma série tão inteligente como esta, mas a verdade é que Game of Thrones já faz parte da cultura pop, sendo por isso natural a banalização dos aspectos mais subtis de cada uma das personagens. 

Fica aqui este incentivo ao debate. NOW FIGHT BITCHES!