terça-feira, 22 de julho de 2014

A Música na 7ª Arte – A Vida de Adèle

Hoje tratamos um clássico do cinema moderno. Vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes 2014, assim como do prémio de melhor filme do ano 2014 para o Círculo de Críticos Online Portugueses, A Vida de Adèle é um dos melhores e mais badalados filmes das últimas décadas.

Adèle (Adèle Exarchopoulos) é a protagonista desta epopeia na França do séc. XXI. O realizador Abdellatif Kechiche, filma apaixonadamente a história de vida desta rapariga: a juventude, a descoberta, a paixão, o desejo, a perda, o desespero... E a epifania final de quem verdadeiramente é e estará para sempre destinada a ser.

No dia em que faz 18 anos, Adèle depara-se com uma festa surpresa por parte dos pais e amigos. 

Depois de cantados os parabéns, a miudagem diverte-se dançando músicas de discoteca no jardim. Uma delas é o Magician Remix do êxito da sueca Lykke Li: I Follow Rivers.

Esta canção tinha também sido utilizada no filme francês de 2012, Ferrugem e Osso, de Jacques Audiard.

Lede o resto do artigo aqui.



terça-feira, 8 de julho de 2014

As Gajas e os Gajos: Auto de Pouca-Fé

Eu tenho uma conhecida (e é uma pena ela não passar disso…) que tem uma teoria.

Essa teoria explica o porquê de os gajos verem gajas apenas enquanto prémios.

Esta teoria explica o porquê de as gajas verem gajos apenas enquanto objectos de hábito.



Essa teoria conclui que apenas o teu primeiro amor (aquele que te fez derramar lágrimas, tomar a pílula e que ainda hoje usas como comparação com os restantes) foi o único que experimentarás na vida inteira.

Ela disse-me mais umas tretas sobre a pílula desregular as hormonas e, consequentemente, os instintos primitivos do ser humano que te levam a escolher o parceiro que mais se adequa às tuas características naturais.

Aquele com o qual estás destinada a passar o resto da vida.

Uma vez desreguladas as hormonas, elas levam-te a repudiar as características que naturalmente te atrairiam mais e a escolher as que são de menor compatibilidade.

Curioso, não é?



Eu não investiguei, eu não sei o quão credível esta miraculosa epifania poderá ser: mas avaliando o que vejo, oiço e sinto a acontecer à minha volta, esta pode ser a explicação pela qual o mundo está repleto de putos e putas.

Homens são simples no que toca a relações: já toda a gente está farta de o saber.

Ela tem que ser engraçada, interessante, confiante, sexy e irrefutavelmente apaixonada por ele.



Essas são as simples condições deste pacto sagrado. Por muito que se tentem armar em machões frios e sem sentimentos, todos sonham desde putos em encontrar essa pessoa.

Aquela pessoa que vão amar, abraçar e proteger de todo o mal que existe no mundo.

A tua rapariga é assim? Luta por ela e nunca a deixes: não tens nada de maior valor na vida.

No entanto sei que a maior parte dos rapazes, quando cresce, não quer saber de sentimentalidades. Usam e abusam de quem se lhes entrega, criando criaturas de gelo…

É como se vampiros plantassem alho: estão a cavar a sua própria sepultura.

As mulheres são um tópico mais delicado.

Para a maior parte dos homens, elas são a “escadaria para o céu” e o próprio céu. Incontáveis gerações dedicaram as suas vidas ao estudo deste ser… Incontáveis guerras e milhões de vidas foram perdidas em prol do misterioso poder que lhes está inerente.

E no entanto elas são exactamente o contrário do que se pretende.

Têm várias caras e «nunca» se deixam influenciar. São frias, calculistas e desinteressadas. São tudo e fazem-te sentir nada.



A não ser que sejas o músico certo a tocar a música certa.

A não ser que rejeites qualquer pretensão de a tratar bem.

Porque aparentemente, hoje em dia, só obténs a sua TÃO vital atenção a partir do momento em que te demonstras desinteressado e estupidamente ignorante em relação a tudo o que lhe diga respeito.

Agora digam-me onde é que isto faz sentido? Todas as pessoas querem ser felizes e amadas! No entanto a futilidade desta era leva-nos a rejeitar todo e qualquer potencial sentimento.

Se amas ou queres amar, és rejeitado. Se não amas e te estás a cagar és recompensado com um corpo, uma alma e tudo o que nunca pediste. E isto funciona para ambos os sexos.

E porquê?

Será um mecanismo de defesa/filtro contra “predadores e perdedores”? Os predadores são os primeiros a conseguirem dar a volta a isso e os “perdedores” nem sequer tentam, por muito bem-intencionados ou estimulantes que sejam.



Será um processo de escolha natural? “Quem aguentar o meu desprezo merece conhecer-me!” Não percebem que estão a rejeitar a possibilidade de ser felizes? Ou simplesmente de conhecer alguém interessante?

F*da-se: estamos numa era em que a comunicação é valorizada acima de tudo, e no entanto, qualquer toque, qualquer palavra, qualquer olhar é imediatamente subentendido como sexual. Obviamente que ambos os sexos a pensarem desta forma torna-o verdade!

Acordem. Toda a gente quer ser feliz.



“Oh, se eu fosse dar atenção a toda a gente que quer falar comigo e não fazia mais nada da vida!”

“Devo-lhe alguma coisa para lhe estar a responder?”

A vida é vossa.

Eu não sou santo nenhum, não estou a tentar pregar uma verdade absoluta e incontestável, a qual sigo à risca. No entanto, existem várias situações que eu vejo e experimento que não posso deixar impunes.

Podes borrifar-te em tudo o que estou a escrever: mas talvez daqui a uns anos (e sinceramente espero que não), quando te olhares ao espelho e as rugas começarem a surgir, o corpo começar a murchar e a relação em que estás te deixar na merda porque ele/a não é a pessoa certa… Talvez te lembres do que te estou a tentar dizer agora.

Sim, porque o ser humano só se preocupa e ama REALMENTE aquilo que tem e quer quando o perde ou está prestes a perder.


O mundo é cheio de possibilidades: porquê escolher o desprezo quando podemos dar felicidade?