Finalmente uma história
de princesas a sério! Finalmente um filme da Disney que poderia ter sido
colocado na minha infância e não estaria deslocado. Já lá vão 3 anos desde
«Tangled», ou seja, a Disney está tão ocupada a comprar os direitos do «Star
Wars» e a produzir más sequelas e adaptações (estou a olhar para vocês «Prince
of Persia: The Sands of Time» e «Pirates of the Caribbean: On Stranger Tides»)
que se esqueceu do que a faz única e especial: as princesas e a magia que lhes
é inerente.
Sim, eu sou um gajo que
gosta de princesas: critiquem à vontade! Eu cresci a ver «A Bela Adormecida» a
ser salva pelo príncipe, a «Pequena Sereia» a tentar ganhar a sua voz de volta
e o Artur a declarar que «A Espada era a Lei»! Espera aí, o Artur não é uma
princesa… A minha infância foi uma mentira!
Duas irmãs: Elsa e Ana. A
Elsa não consegue controlar o seu poder de tornar tudo em gelo, pondo em risco
a vida da sua irmã e do seu país. Cabe a Ana e a vários amigos encontrarem uma
forma de a ajudar a ultrapassar este problema.
Chamem-me antiquado, mas
prefiro o antigo modelo de desenho à mão combinado com CGI (Computer-Generated
Imagery) do que propriamente todo o aparato de animações totalmente criadas
electronicamente. Este é um dos motivos pelos quais «Frozen» não me encantou
tanto como poderia.
Não me interpretem mal,
eu gostei do filme, mas o facto de haver tão pouca substância que parecesse
realmente desenhada deixou-me com uma sensação de melancolia… Parece que as
emoções não são tão bem retratadas, ou que os efeitos não causam tanto impacto.
Sim, quando utilizados de maneira mais extravagante (os poderes de Elsa,
principalmente) elevam o filme grandemente. Mas em qualquer outra situação são
simplesmente… Meh!
Antigamente, os filmes da
Disney tinham sempre uma aura mística e tenebrosa a contrastar com os mais
alegres e românticos momentos. Aqui também não se verifica isso, muito
provavelmente por não existir um verdadeiro vilão… E porque é que não existe um
vilão, perguntam vocês!
Porque «Frozen» sabe que
tipo de filme é, sabe a geração em que se insere e como inverter a situação em
seu favor. «Aceitas-te casar com alguém que conheceste no próprio dia? Mas tu
nem sabes se ele tira macacos do nariz e os come!» A premissa de qualquer
história de princesas Disney seria para elas se casarem com o príncipe
encantado que só viram uma vez. E os escritores do argumento sabem que nós
sabemos, por isso fingem que não sabem só para pensarmos que vai ser como nós
sabemos, mas realmente não é! Ou é?
Por falar em baralhação
de palavras: o bonequinho de neve Olaf, ao contrário de maior parte das
personagens cómicas que por aí são inventadas (Jar-Jar Binks em «The Phantom
Menace» e Radagast, the Brown em «An Unexpected Journey») é tão totó e inocente
que te faz querer abraçá-lo! As situações por ele criadas são esporádicas,
inconsequentes e tão levemente aplicadas que parecem naturais e genuínas! Esta
é a maneira certa de utilizar um «comic-relief»!
Outra coisa que talvez me
tenha encanzinado (bolas, este «Buraco» só me obriga a ir ao dicionário!) um
pouco foram as canções. Bonitinhas e tal, mas nada de fabuloso, como nos anos
90 costumavam ser! E «adoro» o facto de ainda existirem discussões a cantar…
Enfim…
Eu gostei do filme. As
crianças irão certamente adorar: principalmente meninas que sonham em ser
princesas fixes. Vá, não tenhas vergonha: tu bem sabes que o queres!
Simon Says that this movie is…
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